sexta-feira, janeiro 30, 2009

Operadora de caixa licenciada

Habilitações literárias: licenciatura
Profissão: operadora de caixa

Não tive a sorte de nascer numa família rica, portanto o significado da palavra "trabalho" sempre esteve presente no meu vocabulário.Felizmente não tive que ir trabalhar logo aos 16 anos, mas quando os estudos começaram a correr menos bem não tive qualquer problema em me sentar a uma caixa de supermercado.Já se passaram 6 anos e uns "pózes" e muita coisa mudou... Para além do sistema informático, das regras, das formas de trabalho, também os clientes mudaram e as suas atitudes para com quem trabalha num supermercado.Mandam as regras da boa educação (pelo menos aquelas que me foram transmitidas pelos meus paizinhos) que quando chegamos a um local devemos cumprimentar as pessoas que lá estão com um "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite" e quando vamos embora devemos dizer, pelo menos, "obrigada" Mas agora parece que estas regras apenas se aplicam a quem está na caixa a atender os clientes. Este esquece-se, muitas vezes, destas pequenas palavras e, outras vezes, ainda conseguem ser bastante antipáticos e arrogantes pensando, muito provavelmente, que são superiores a quem os está ali a atender. Mas sabem eles alguma coisa da minha vida ou da vida de alguém que ali trabalha?! 99% nem sonham que eu só estou a trabalhar ali anquela caixa porque não encontro trabalho na minha área... Muitos dos que pensam que são superiores, muito provavelmente, deverão ter o 12º ano... São superiores no quê?!

Qual é a dificuldade em tratar de forma igual quem nos rodeia??

Há muito boa gente que devia ter aulas de boa convivência...
Não é a profissão, o estatuto social ou o dinheiro que nos torna melhor ou piores pessoas...

sexta-feira, janeiro 23, 2009

sulcos da juventude

Hoje decidi escrever sobre crianças, adolescentes e jovens, motivada por uma música, um tanto ou quanto pesada. O grupo é Roll Deep e o track intitula-se Respect Us.

A delinquência sempre me chamou a atenção, embora não goste do rótulo. A questão, na minha opinião, está na compreensão e no respeito. Mas, por outro lado, também entendo quem já tenha sido lesado por este problema. O que me parece, é que não existe um grupo nas escolas para fazer a prevenção. Vidas podem ser salvas, literalmente. E vidas podem ser salvas de entrar no mesmo ciclo em que os seus pais foram apanhados.

Penso na realidade portuguesa e principalmente no Cacém, no (belo) sítio onde vivo. Aqui há, para já, uma mistura de culturas e raças que não se entendem e não se respeitam. As crianças têm uma percepção da realidade, muitas vezes, distorcida e se um adulto não as ajuda a compreender elas irão crescer e desenvolver as suas crenças sobre essas distorções. E passo a ilustrar: até eu ter idade de ir para o infantário eu nunca percebi porque é que alguém não havia de quer brincar comigo por eu ser preta e se em casa a minha mãe não conversasse comigo sobre o assunto eu penso que não iria saber resolver este problema que tinha comigo mesma. Porque, no fundo, a verdade é que isto é uma coisa que as pessoas têm de resolver sozinhas. Compreender-se a si próprias e aceitar que há pessoas que nunca vão gostar dessa diferença, nem respeita-la.
Os gangs querem ser respeitados, quase aceites à força. Muitas vezes não é pelo dinheiro ou pelas coisas que roubam, mas sim uma questão de honra. Uma vez vi um rapaz crescido na rua onde um autocarro parou, cheio de miúdos pequenos. O rapaz crescido obrigou os miúdos, que estavam dentro do autocarro (note-se), a passarem-lhe moedas pelas janelas do autocarro!!!! Moedas de 5 ou 10 cêntimos!!!

Se um professor tratar os alunos com respeito será mais fácil para os alunos respeitarem-no. Não digo que o aluno e o professor se encontrem no mesmo nível, apenas que se respeitem mutuamente. Não percebo porque acham certos professores, que os alunos não merecem ser respeitados.
Ninguém está interessado em ouvir os alunos, delinquentes ou com boas notas e de boas famílias! A escola como instituição deve respeitar o aluno. Li há pouco, palavras do Daniel Sampaio, que o estatuto do aluno deve ser feito com os alunos. Se isso fosse feito, tenho quase a certeza que os alunos iriam respeitar a escola e os professores num nível mais elevado, de compreensão.
Outra coisa que me espanta é que não sejam atribuídas, aos jovens, as responsabilidades próprias das idades. Por exemplo, jovens até aos 17 anos não podem sair da escola sozinhos fora do horário da escolar, mas o 12ºano nem é obrigatório. E pior, um ano depois já têm maturidade para votar ou conduzir um carro. Para mim não faz sentido. Se por um lado, os jovens são mais livres não são mais autónomos.

O meu sonho é fazer esta prevenção nas escolas básicas e secundárias que acho urgente e óbvio. Um grupo de assistentes sociais e psicológicos e uns bons patrocinadores... que havia de arranjar, era o suficiente. Podia fazer-se um plano em que os professores deviam detectar os adolescentes ou jovens em risco e encaminha-los para uma equipa de pessoas competentes. Essa equipa teria o objectivo de ajudar o aluno a criar asas, para que mais tarde ele pudesse voar sozinho.
Penso que muitas famílias não incentivam os jovens a estudar, a valorizar a escola, a motiva-los e faze-los crer que, também eles, podem ter uma vida melhor, para si e para os seus futuros filhos. As suas famílias deveriam ser envolvidas no processo, bem como a partilha de experiências e incentivos de outros jovens, que um dia se encontraram no lugar deles e hoje são bem sucedidos.
Os rapazes precisam de apoio, de alguém que os ouça, que lhes pergunte quais são as suas necessidades e que os ajudem a fazer escolhas. É preciso que os respeitem para que eles também percebam como podem fazer os outros respeitarem-nos, sem ser com facas e assaltos.

Não sei se se lembram mas, quando fiz o trabalho de projecto de investigação, para a cadeira do prof. Maurício, eu escolhi a delinquência juvenil. Na pesquisa que fiz para o trabalho descobri que existem, se não estou em erro, uns 10 ou 11 centros de reabilitação para menores, descobri também que os rapazes adoram estes sítios, e porquê? Ora, porque alguém os ouve, alguém se importa com o que eles querem fazer, no que eles se irão tornar. E voltam a cometer delitos só para voltar para os centros de reabilitação novamente! È tarde de mais!
Por isso, se esses centros fossem transformados em perversão, em vez de serem apenas castigos decretados pelo tribunal, acredito que a criminalidade descia e o abandono escolar também

Porquê História?

Há dias em que me pergunto: porquê História?

Na escola nunca a apreciei muito. Chegava a preferir Matemática, depois quando essa começou a complicar-se as coisas mudaram.
Cheguei ao 10º ano com notas não muito populares mas decidi mudar esse aspecto e empenhei-me ao máximo. Dei por mim a ser uma das melhores alunas e aplicava-me como muita gente não o fazia. Duas semanas antes dos testes já estava a marrar mesmo não tendo dado a matéria toda.
As disciplinas eram práticas, há quem pense que Artes é para gente esquesita ou que não fazem nada mas não é bem assim. Aquelas disciplinas eram muito trabalhosas e davam muito que pensar, fazer, apagar, re-pensar e re-fazer. Por entre tanta disciplina e tanto professor cativante tive uma cadeira na qual conseguia sobresair. No geral as notas não eram muito altas porque a professora era exigente, mas ai sim, tinha a certeza que ninguém conseguia competir comigo. Adorava História da Arte e ir para aquelas aulas escuras (com slides) ouvir a professora Graça Vergani, era sempre um prazer! Ela chamava-me "Giselinha" e sorria sempre que dizia o meu nome, apesar de me segredar ao ouvido quando eu pedia uma 2ª ou 3ª folha de teste: "oh giselinha não escrevas tanto filhaaaa".
Concluí o 12º ano com 17 aninhos e não sabia que fazer ou o que seguir, fui falar com a psicóloga que me perguntou qual a disciplina que eu gostava mais porque era a partir daí que devia pensar. Depois pensaríamos nas notas, médias e entrada. Passado uns tempos dei por mim com uma folha na mão a preencher as opções para entrar numa faculdade.
A primeira opção foi História da Arte na Nova, a 2ª foi HMC no nosso Iscas. Não entrei na 1ª fase na Nova e por desleixo e numa de "é destino e logo se vê", não me candidatei à 2ª fase ( e tinha entrado se tivesse concorrido).
Fiz o 1º ano da licenciatura...
Fiz o 2º...
E ainda pensava nas minhas aulas de História da Arte que tanto contrastavam com o excesso de história política no ISCTE. Mas já que estava tão avançada não era por isso que ia desistir e assim terminei a licenciatura ainda com o bichinho da Arte, Património e Cultura.
Havia dias em que pensava: porque é que escolhi isto? Se não tivesse sido História teria sido o quê? Será que tenho jeito para isto? Será que sou boa nisto? Eu nem acho piada a politiquices!
Até que recebi uma resposta no 3º ano da licenciatura e ontem mais outra.

No 3º ano na cadeira de Laboratório de História, fiz com o Frederico e com o Pedro um trabalho sobre Casas do Povo. Talvez o único que compreendeu o que senti tenha sido o Frederico, mas acho que ele não chegou a sonhar com as pessoas com quem falámos nas entrevistas (fontes orais). Eu acordava e deitava-me a pensar no trabalho. Cada dia que passava ia-me envolvendo cada vez mais e mais, ora com o trabalho, ora com os entrevistados. Nunca esquecerei esse trabalho, que foi para mim o melhor que alguma vez fiz, porque o fiz de coração e não por obrigação. Senti e sinto cada vez que penso nele, que fiz a escolha certa e que História tinha que estar no meu caminho. Não quer dizer que tenha nascido para ser historiadora, mas sinto-me bem como tal.

No meu trabalhinho faço visitas guiadas a cerca de 3 ou 4 pessoas, nunca há muitas mais. Mas ontem apareceu um grupo de 18 pessoas, estava nervosíssima, passei uma semana a pensar neste grupo gigante. Nunca gostei de falar em público e as apresentações de trabalhos nas aulas eram um sacrifício.
Por vezes contar uma anedota a 3 ou 4 pessoas e ser o alvo de toda a atenção torna-se complicado para mim. Mas ontem o discurso fluía, não me atrapalhei, não gaguejei e consegui entoar o que dizia com uma voz afirmativa, forte e sem receios de errar. Coloquei bem a voz, fui muito expressiva e consegui ver aqueles olhinhos todos a brilhar com o que ouviam, por vezes até a sorrir, apesar de terem um olhar tão triste. Demorei cerca de 1 hora, tanto como das outras vezes mas foi tudo muito mais intenso!
No final sorri e pensei: "cumpri!". Quando já me tinha despedido do grupo e de ouvir muitos agradecimentos, um senhor veio ter comido apertou-me a mão e disse "Obrigada por tudo, você foi excelente! a falar...foi excelente! muitas felicidades". Não foi a primeira vez que me disseram esta palavra: "excelente". Numa outra visita guiada a apenas 2 pessoas também me foi dita e despediram-se de mim com beijinhos e tudo. Sabe tão bem, senti-me especial e senti finalmente que talvez este seja mesmo o meu caminho e que estou a aprender e a evoluir enquanto historiadora e pessoa com ele. Até mesmo as Relações Públicas notam diferenças na minha forma de falar e de estar.

E vocês?

Sentem que nasceram para serem historiadores?

terça-feira, janeiro 13, 2009

A poesia sobre Maria C.

Certo dia fiz uma votação à minha turma da Pós-Graduação, de todas as respostas que recebi e talvez de todos os emails que alguma vez recebi, este foi o mais original. Questionei os meus colegas sobre a preferência de um exame, se preferiam um teste fácil e com consulta e presencial ou um teste em casa com 2 ou 3 dias para entregar mas mais dificil. Acabámos por fazer o exame de Marketing no ISCTE, mas auqi fica a opinião de um colega nosso, editor de uma revista conhecida e cujo nome não revelo (o sublinhado é dele).

" Olá Gisela, a minha resposta é tão simples quanto o desejo de uma criança diante de uma loja chocolates: faço tudo - até pago - para não ver quem nunca deveria ter passado do exame da 4ª classe (da antiga, nota bem). Ou seja, prefiro este desafio hercúleo de pensar em casa um ou dois dias. Preocupa-me saber é se a senhora, como os nossos testes, vai pensar sobre eles. Isso é que é um verdadeiro drama.
bjs"

digam lá que o senhor não é um génio?

Reclamação

Venho por este meio apresentar uma reclamação, desabafar...sou uma queixinhas!
Comecei a trabalhar a 13 de Nov. até hoje não recebi um centimo nem assinei contrato. Depois destes 2 meses de espera finalmente contactam-me para entregar umas papeladas, e dizem que isto demorou porque pediram verbas só para começar a trabalhar em Dezembro mas eu trabalhei no mês anterior.
Pensava que o problema estava resolvido. Fui á Divisão da Cultura onde estavam duas senhoras pela última vez, porque aquela direcção vai mudar-se para o Lumiar. As senhoras estavam todas atrapalhadas a pôr as suas coisas em caixas e não me deram atenção nenhuma, quando ia assinar uma proposta em como me propunha a trabalhar vejo que os valores estavam mal porque estou isenta de IVA, ora um novo papel teria de ser feito. A senhora disse que tinha apagado o documento no pc e não havia tempo! Mandaram-me para uma salinha e copiei todo o documento à mão. Quando lá chego dizem que falta preencher não sei o quê e que com a falta de tempo mandam para o meu email...entretanto reparo que o que escrevi tem a data de 18 de Novembro e a dizer que vou começar a trabalhar dia 20 Nov. Digo á senhora e ela responde: "Pois pois...nós sabemos mas a vereadora assinou o despacho a 18 de Nov. e agroa não há nada a fazer!". Na altura não pensamos bem nas coisas e isto passou-se, mandou-me embora e disse-me "olhe passe de novo o documento para o pc porque á mão fica feio!".
Só quando sai da Divisão da Cultura é que me senti revoltada! Então mas não me querem pagar 6 dias e uma hora extra porquê?
Sem saber o que fazer telefonei á minha colega, contei o sucedido e concordámos que isto não ia ficar assim.
Telefonámos mais tarde ao nosso coordenador e ele ficou todo chateado porque deu as coisas todas bem e ainda se enganam. A única forma que ele arranjou de nos compensar foi tirar esses 6 dias de trabalho em horas ou simplesmente tirar os dias para ir passear. Farta de passear e estar em casa vou estar eu quando acabar a exposição nao é? Preferia o dinheiro desses 6 dias!
Hoje fui á Divisão da Cultura novamente entregar a papelada mas a minha colega adiantou-se, ia eu a entrar e ela a sair e explicou-me a falta de respeito que tiveram para com ela. Disseram-lhe que o documento que enviaram por email estava mal, ao que aminha colega diz: "ahh então se é só preciso alterar aqui estas coisinhas epor o meu nome e o nif então eu vou aqui a um pc e entrego logo o papel!". Resposta: "não não leva para casa". O quê? Pois é...disseram que os computadores da divisão não davam para isso! Então se foi de lá que mandaram o documento! Não tem word querem ver?
Dito isto já nem entrei, fomos para a CML ocupamos um dos pc da recepção que as relações públicas simpaticamente nos disponibilizaram, modificámos o texto e lá fui eu novamente á divisão entregar a papelada. Chego lá pedem-me um papel das finanças! Já não bastava ter entregue o meu registo criminal mais uma quanta papelada que lembram-se de pedir á última da hora mais um papel! Enfim...
A questão que me baralha é a seguinte: deverei andar com isto ou mexer os cordelinhos e não aceitar a situação? Por um lado sinto que tenho razão, trabalhei 6 dias e quero ser paga por isso, até porque quem fica a perder é a coordenação que fica sem empregados durante 1 semana...mas...eu depois gostaria de ser contratada novamente, e se eles não gostarem que eu me revolte e pensarem que sou uma tipa que só dou é chatices?
Não sei o que fazer...lutar ou esquecer? É que se lutar são mais não sei quantos meses sem contrato e sem receber

segunda-feira, janeiro 12, 2009

Grand Canyon

Por vezes somos surpreendidos pelo zaping! Mas não sei se foi este o caso, sei que o meu pai deixou ficar a tv na rtp2. Estava a dar um documentário sobre o Grand Canyon. Ao início nem dei muita atenção, estava mais concentrada a comer o bife com arroz e batatas fritas, mas como é de conhecimento geral sou género passarinho a comer, dai ser sempre das últimas a acabar.

Ora esta grande e gigantesca zona escondia para mim milhares de segredos (visto nunca me ter atrevido a pesquisar sobre ela), mas parece que ela ainda guarda mais segredo para quem a conhece bem.
Foram vários os factos que me chamaram a atenção e olhem que aminha cabeça ainda anda aqui ás voltas com tanta informação! Ainda peguei num bloco e escrevi algumas coisas de que (ainda) me lembrava. Não são informações precisas e muito descritivas mas muito curiosas.

Começo por falar do ambiente, como é obvio o Homem tinha que pôr lá as "patas" e isso está a afectar aquele espaço maravilhoso. Existem 7 "sistemas" no mundo e lá estão presentes 5 deles, há neve, deserto, selva... este sim parece-me o destino ideal para quem pretende gastar dinheiro numa viagem e quer conhecer o mundo. Lá pode disfrutar de 5 sistemas, enquanto que se viajar pelo mundo (gastando muito mais dinheiro) só conhece um de cada vez. A crise chega a todos até ás agências de viagem! Agora com este meu conselho só vão conseguir vender viagens para o Grand Canyon, porque o mundo inteiro lê o nosso blog!

Estes 5 sistemas têm espécies em vias de extinção e por isso são protegidas! Mas porque é que há tantas espécies (animais e botânicas) que se extinguem num local que parece tão sagrado? O clima muda e os sistemas mudam também. A natureza é fantástica e lá é tudo composto por um ciclo ou um processo. As espécies ou são plantadas por aves ou pelo vento, mas uma simples pegada no solo pode destruir a evolução dessas espécies, pois o solo têm uma camada de uma substância qualquer que protege o solo e a sua húmidade. Para além destas pegadas o Homem gosta de fazer estragos "naturalmente"! Ora que ideia mais parva que foram ter! Atirar moedas para fontes e pedir desejos! Esta é uma ideia parva, mas mais estúpida é ainda quando o fazem de miradouros no Grand Canyon! O que acontece? O Condor (a maior ave existente no planeta) engole moedinhas...pois...dai só haver 300 aves. O que acontece também é que os caçadores andam com espingardas que atiram chumbo, que se parte em centenas de bocadinhos ao entrar nos animais . O "condorzinho" vai todo catita comer um animal já morto e come o chumbo. Os caçadores tiram o bocado maior, mas as centenas de chumbinhos não conseguem tirar. O chumbo fica então no estômago das aves e este deixa de trabalhar, esta é a sua principal causa de morte. Felizmente os caçadores receberam o aviso de que há outro tipo de balas sem chumbo e que não prejudicam tanto os animais, eles agradeceram a informação e penso que devem seguir o conselho.

E por falar em animais, há lá uma espécie qualquer de pumas, muito rara! Em 2007 um senhor que andava a estudá-los encontrou um puma morto, levou-o para o laboratório e examinou-o, algum tempo depois morreu, porquê? Porque o Grand Canyon é o único sitio do mundo onde poderemos apanhar a Peste Negra! Sabiam disto?

Para além de toda esta actividade por entre as plantinhas e animais também existem algumas tribos. Uma delas ajudou (imagine-se só) uma equipa de arqueólogos a desvendar alguns mistérios da História naquele local através da História Oral. O grande mistério era perceber se os povos que lá viveram há muito muiiiito tempo eram nómadas ou se se conseguiam estabelecer lá. Depois de algumas escavações e de terem encontrado alguns objectos pré históricos, o representante da tribo foi ao local e conseguiu reconhecer algumas coisas dando a certeza aos arqueólogos que eram sedentários, muito em parte devido a uma "Kiva".

Agora o docinho para o fim. Gostavam de Geologia? Eu gostava muito mas não quer dizer que perceba muito porque já passaram muitos anos, mas isto aqui fascinou-me! Tão não é que há uma falha geológica no Grand Canyon? Até aqui nada de especial! O curioso não é essa falha ser no Grand Canyon, porque essa mesma falha está em todo o planeta, mas só ali é que é mais visivel. Esta não é a novidade nem a surpresa! O que me surpreendeu foi que esta falha existente no nosso planeta esconde mil milhões de anos, ou seja 20% da História da Terra. "Trocando por miudos" (não que este blog seja uma rede de crianças) estava tudo numa boa depois aconteceu qualquer coisa ao nosso planeta que nao deixou vestigio algum e que ainda escondeu as suas provas que tiveram a duração mil milhões de anos!
O que aconteceu? Ninguém sabe, chamam-lhe apenas "grande discordância", é um mistério geológico" mas quantos mais não terá o Grand Canyon para nos desvendar? Ou esconder...

A lagoa do Sherman


Foram várias as ideias que tive para escrever aqui, mas com o frio que está as ideias congelam e esqueço-me delas, já para não falar que está um frio de partir unhas!
Aqui vai então uma tira de: "A Lagoa de Sherman" do dia 7 de Janeiro. Anteriormente tinha saido uma tira a dizer que o Sherman tinha a barbatana...murcha vá...depois saiu esta que me fez lembrar muito para além de ursinhos de gomas!
Espero que gostem

sexta-feira, janeiro 09, 2009

2008

2009 entrou e entrou mal. Falo por mim. Passei a meia-noite na casa de banho. Não que tivesse algum problema intestinal, mas porque o autoclismo estava meio avariado e estava a tentar soltar a ventosa que impede a água de escoar. Quando ouvi o "9, 8, 7, blá, blá, blá, 0!!!!!!!" pensei que fosse um ensaio para a meia-noite a sério... mas pronto... lá passou.
2008 foi, de facto, marcante. Foi o ano em que conheci o mundo. Hoje, estava a tomar o pequeno almoço e pensei: "Oh! Olha lá, que tal partilhares as fotos que tiraste enquanto estiveste fora a viajar?"
Assim, aqui vai:

A minha viagem começou em Agosto, no Egipto. Estava um calor de partir. Uff...



Depois, ainda em Agosto, passei pelo Brasil. Primeiro estive no "Rio di Jáneirô", mas como era Inverno no hemisfério sul, não estava ninguém na praia.
A foto seguinte, tirei na Amazónia com um grupo de presos em fuga (por isso tinham aquela farda laranja).



Em Novembro estive nos Estados Unidos da América, onde vi o Barack Obama votar e onde, como mostra a outra foto, passei por Wall Street, tendo a hipótese de assistir em primeira mão, à queda da Lehman Brothers. Engraçado, que só depois de ver a foto, é que reparei que o Obama estava a olhar para mim aquando da foto.





Ainda nos Estados Unidos, estive em Hollywood onde assisti à rodagem de um filme. Muito simpáticos e extremamente afectivos, aquela gente dos filmes.


Ah! Por fim, deixo-vos uma foto que tirei antes de iniciar a minha viagem pelo mundo. Foi tirada em França, durante o Tour, quando o Mark Cavendish estava a cortar a meta para mais uma vitória.

quarta-feira, janeiro 07, 2009

terça-feira, janeiro 06, 2009

Uma pérola

Depois de ler sobre o assunto no blog do Nuno Markl, deixo-vos aqui esta pérola:

Nomes admitidos pela Direcção-Geral dos Registos e do Notariado

Nomes NÃO admitidos pela Direcção-Geral dos Registos e do Notariado

Vou copiar-te e contar um conto.


«Queres que te conte um conto? Era uma vez um homem em cima de uma ponte.»
«Estás a rir-te? Já não te conto.»
Havia uma senhora que todas as vezes que ia arranjar o cabelo ao salão de cabeleireiro da minha mãe, contava-me esta lenga-lenga. Ora, isto durou dos meus 5 anos até para aí aos 14/15 anos... como devem imaginar houve uma altura - ali por volta dos meus 10/11 anos - em que já estava tão farto desta lenga-lenga todas as semanas, que só me apetecia "afucinhar" com a cara da "mulher" no secador lá do salão e pôr a temperatura no máximo - se calhar até era um favor que lhe fazia, já que depois disso haveria de sair de lá com um bronze indicador ou de muito tempo na praia ou de uma boa temporada na neve.

Outro conto:
Era uma vez um coelho e um cágado ou uma tartaruga ou que raio era. Ah e não era um coelho, era uma lebre (na realidade, uma lebre é um coelho "esganiçado").
Certo dia, que devia ser de Verão ou então um dia de Primavera quente - devido às peripécias em que o mamífero se viu envolvido -, o nosso amigo peludo e garganeiro, decidiu zonzoar nas orelhas inexistentes da tortuga (é assim que se diz em espanhol):

«Ah e tal és uma fraquinha! Mal podes com esse "coiso" que tens às costas! Aposto que sou bué mais rápido que tu, oh cágado!» - disse a lebre.

«Não duvido que sejas mais rápido que eu, mas deves, concerteza, saber que não podes ser mais rápido que eu em tudo. Olha, ainda no sábado comi um monte de alperces num abrir e piscar de olhos. Conseguias?» - Replicou o réptil nojento.

A lebre (que tinha o doce nome de Tobias), respondeu de volta:
«Qu'é que foi? Queres levar é? Sou mais rápido que tu numa corrida, oh cara de osga!»

A tartaruga, que não tem laços familiares com as tartarugas ninja do cinema, respondeu logo e de forma exaltada:
«Quando e onde?»

«Ali ao pé do medronheiro velho, sábado às 15h.» - respondeu a lebre Tobias.

«Eh pah! Sábado não dá porque já combinei uma partida de futebol. Olha por falar nisso, queres vir? Está a faltar um. O Lúcio diz que não sabe se vai e mais vale ir gente a mais que sempre vamos fazendo substituições.» - disse a tartaruga.

«Oh pah! Claro que vou! Fica com o meu número para depois combinarmos melhor. O número é: 96 233 233.» - mandou a lebre.

«'Tão vá! Fica combinado. Ah e olha não te esqueças que somos bichos do mato e não temos horas. Que tal a corrida ser domingo, quando o Sol nascer?» - replicou a tartaruga.

«Eh pah isso é muito cedo. "A essa hora estou bem é na caminha". Não pode antes ser lá p'ra quando a mãe pata, atravessar o ribeiro?» - perguntou a lebre.

«Pode! Claro que pode. Então vá! Até lá!» - disse a tartaruga.

O FIM.

Muitos de vós devem estar a pensar: "Oh! Queres ver que o deslavado do moço se esqueceu da parte da corrida?"
Resposta: claro que não. Só que, tal como na realidade, também no mundo animal existem "cortes". E a lebre "cortou-se" e não apareceu. Acho que foi antes jogar consola para casa do Flávio (um papa-formigas).

Os contos têm sempre uma moral e tal como La Fontaine pensou, quando escreveu este conto, a moral desta história é: quem acredita nestas tangas é parvo, porque é certo e sabido que os animais não falam. Se querem lições de moral procurem uma igreja, porque também é certo e sabido que as igrejas são as portadoras da boa moral.
No entanto, deixo-vos um conselho: trabalhem pouco, ganhem muito dinheiro, depois construam casas gigantes, invistam em arte da mais cara e dos maiores artistas do mundo, pintem tudo o que vos apetecer de dourado e andem em carros de luxo. Por fim montem um palanque alto, ponham lá um microfone e digam que têm muita pena das pessoas que sofrem em África. É o que a Igreja Católica tem feito e parece-me uma boa moral.

P.S. Antes que comecem a ter ataques de histeria, sei que os padres das paróquias pequenas ajudam muita gente e não têm assim tanto dinheiro, mas ainda assim o que escrevi é verdade.

sexta-feira, janeiro 02, 2009

A cigarra e formiga

Era uma vez uma cigarra que vivia saltitando e cantando pelo bosque, sem se preocupar com o futuro. Esbarrando numa formiguinha, que carregava uma folha pesada, perguntou:
- Ei, formiguinha, para quê todo esse trabalho? O Verão é para aproveitar... O Verão é para nos divertirmos!
- Não, não, não". Nós formigas, não temos tempo para diversão. É preciso trabalhar agora para guardar comida para o Inverno.
Durante o Verão, a cigarra continuou a divertir-se e a passear por todo o bosque. Quando tinha fome, era só pegar numa folha e comer.
Um belo dia, passou de novo perto da formiguinha que carregava outra pesada folha.
A cigarra então aconselhou:
- Deixa esse trabalho para as outras! Vamos nos divertir. Vamos formiguinha, vamos cantar! Vamos dançar!
A formiguinha gostou da sugestão. Ela resolveu ver a vida que a cigarra levava e ficou encantada. Resolveu viver também como a sua amiga.
Mas, no dia seguinte, apareceu a rainha do formigueiro e, ao vê-la divertir-se, ficou zangada e ordenou que voltasse ao trabalho. Tinha terminado a boa vidinha.
A rainha das formigas falou então para a cigarra:
- Se não mudares de vida, no Inverno vais-te arrepender cigarra! Vais passar fome e frio.
A cigarra não ligou, fez uma reverência para a rainha e comentou:
-Hummm... O Inverno ainda está longe, querida!
Para a cigarra, o que importava era aproveitar a vida e aproveitar o momento, sem pensar no amanhã. Para quê construir um abrigo? Para quê armazenar alimento? Pura perda de tempo.
Certo dia, o Inverno chegou e a cigarra começou a tiritar de frio. Sentia o seu corpo gelado e não tinha o que comer. Desesperada, foi bater à porta da formiga. A formiga abriu a porta e viu a cigarra quase morta de frio. Puxou-a para dentro, agasalhou-a e deu-lhe uma sopa bem quentinha e deliciosa. Naquele momento, apareceu a rainha das formigas que disse à cigarra:
-No mundo das formigas, todos trabalhamos e se quiseres ficar connosco, tens que cumprir o teu dever: tocar e cantar para o nosso reino.
Para a cigarra e para as formigas, aquele foi o Inverno mais feliz das suas vidas.

(adaptado da obra de La Fontaine)
Retirado da Revista da Junta de Freguesia de Benfica: "Benfica Viva"

(a foto é de uma formiga de Vila Viçosa, comprovando que nem as formigas alentejanas deixam de trabalhar. Esta leva um pedacinho de laranja.)