quarta-feira, outubro 12, 2011

Receita de D. Rodrigos

Ingredientes:
1 tigela de fios de ovos
1 tigela de doce de ovos com amêndoa de Freixo de Espada à Cinta
açúcar para polvilhar


Preparação:
Com as mãos humedecidas, separe pequenas porções de fios de ovos. Ajeite-os, formando rolos com uma cavidade. Aí, deite uma colher de doce de ovos com amêndoa de Freixo de Espada à Cinta. Puxe os fios de ovos, tapando o doce.
Repita esta operação até os dois ingredientes acabarem. Deite numa frigideira de ferro 1 colher de calda dos fios de ovos. Aqueça bem e disponha os docinhos lá dentro.
Cozinhe em lume brando até alourarem bem, virando-os com cuidado para dourarem por igual.
Deixe arrefecer, ajeite os doces e polvilhe-os com açúcar misturado com canela. Envolva-os em papel vegetal e depois em papel prateado colorido, fechar.

(receita retirada da internet)

Explicação do provérbio

"Nas costas dos outras vemos as nossas"

disse eu no post anterior, então é assim:
imaginemos a seguinte situação, estamos com um amigo/familiar/conhecido que está sempre a dizer mal do amigo dele: "ai o Horácio é cá um preguiçoso..." no dia seguinte volta a falar de outra pessoa e diz "tenho uma amiga que é mesmo parva, então não é que...", no terceiro dia, diz-te mal de outra pessoa qualquer, etc.

Conclusão: se essa pessoa diz mal de tanta gente e tudo está mal para ela, então deve fazer o mesmo nas nossas costas, ou seja, vai ter com o Horácio e diz: "fogo o não sei quantos é chato porque...". Se fala mal dos outros também fala mal de nós.

terça-feira, outubro 11, 2011

Provérbio do dia

"Nas costas dos outros vemos as nossas"

quarta-feira, outubro 05, 2011

Grande jantar de turma

Era uma vez...uma turma de História Moderna e Contemporânea que nasceu no ano de 2004.
Uns abandonaram o curso, outros deixaram cadeiras para trás, chumbaram, tiveram outras prioridades, erasmus que voltaram para os seus países, pessoas que entraram na turma...

Conclusão: somos muitos!

Sugiro então combinarmos um jantar de turma para o final do mês, que dizem? Hum?

Ainda não há um dia escolhido, nem local. Mas decerto será em Lisboa, algures num sitio central, com transportes e que agrade toda a gente. Caso tenham sugestões, digam alguma coisa.

Talvez para a próxima semana já tenha alguma novidade, e quando for escolhido o dia, horas e sitio, será comunicado via email, facebook e claro neste blog.

Momento de filosofia

"Penso, logo existo"

"Não tenho facebook, logo não existo"

A grande desilusão

Podia estar a contar-vos uma ou outra coisa que me deixou triste, com aquele sentimento de desilusão, de derrota e que nos deixa de ombros caídos e relaxados...

Não vou falar de "asinhices" de sentimentos, nem de coisas de mulher, vou falar do Monstro do Loch Ness.

Então foi assim, estava a passar pela cozinha e reparei no Jornal do Metro, folheei à procura de uma notícia qualquer interessante, porque só leio "as gordas". Ao que vejo:

"Existência do famoso monstro de Loch Ness confirmada"

Eu pensei: "não pode ser!". Li um texto a falar de Universidades, expedições, instrumentos de navegação...
Não é que acreditasse na sua existência, mas sempre achei uma coisa engraçada, como é que com tanto desenvolvimento tecnológico, ainda havia pessoas que acreditavam num monstro solitário sem forma de procriar e que vivesse tanto tempo. Então não sei explicar bem porquê, sempre tive curiosidade acerca deste monstrinho.

Ora, rasguei a página que me interessava e deitei o resto do jornal fora. Com um sorriso nos lábios fiquei a pensar: "afinal existe!".

Passadas umas horas, falo com a minha mãe sobre o assunto ao que ela responde: "viste bem o jornal? É que metade do jornal eram notícias inventadas e corresponderiam a 4 de Outubro de 2031".

Cai que nem um patinho!

Pfffffff...

sexta-feira, agosto 19, 2011

Histórias verídicas: Aparício Silvestre (Parte I)

1976. Algarve. Barlavento.
Aparício Silvestre vivia em Budéns, filho de Luís e Lucinda, donos de um negócio semi-legal de produção de sandes de moreia frita.
Como todas crianças da sua idade, Aparício cresceu a amar o boxe. Todos sabem que em 1976 não existiam clubes de boxe em Budéns, portanto tudo o que restava a Aparício era continuar o negócio da família.
Foi aos 18 anos que decidiu mudar, agitar as coisas e dar aquele passo em frente, o passo que sempre sonhara dar. Longas foram as noites a fritar moreias e a sonhar com grandes combates…

«Lou Farelos contra Roberto Martinhos. Vitória de Lou Farelos com knock-out no sétimo assalto com um gancho nas covas dos sorrisos de Roberto Martinhos»

Aparício ainda se lembrava de ouvir esse grande combate na rádio. Fora uma coisa fenomenal!
Agora, no calor das noites abafadas de Fevereiro – em 1976, antes de se falar do «efeito estufa» as estações do ano já estavam todas baralhadas e o segundo mês do ano era um mês com temperaturas a rondar os 23º C de dia, 11º C de noite. Céu pouco nublado no período da manhã com previsão de aguaceiros para as regiões do norte no período da tarde.

Ora, sendo um amante apaixonado do boxe, Aparício decide mudar-se para uma cidade grande – onde os sonhos se podem tornar realidade, onde a vida se agita com o cair do sol e nascer das estrelas.
Em busca de um sonho, Aparício, muda-se para Beja.
Não conhecendo ninguém na capital do Baixo Alentejo e sem um escudo no bolso, o nosso amigo rapidamente começou a ter de trabalhar para Alberto Costa ou Papa-Cús, como era conhecido. Papa-Cús andava metido no negócio do contrabando e da extorsão. Tabaco, colchas de renda, Coca-Cola, álcool, tudo era contrabandeado por Alberto «Papa-Cús» Costa. Ora, quando as pessoas de Beja não pagavam o “imposto”, o serviço, a “protecção” do Papa-Cús, Aparício surgia. Basicamente, Aparício era o jagunço do Papa-Cús.
Ainda durante o ano de 1976, Aparício, paralelamente ao trabalho que o sustentava, começa a participar no Torneio de Boxe da Associação Cultural e Recreativa da Zona Sul (TBACRZS) – isto depois de começar os seus treinos no Ginásio Cruz de Galinha, treinado por Mister Labunga – que em 1962 participou num grande combate na região de Lourenço Marques e que, naquela altura, ainda gozava da sua fama.
Começando o TBACRZS de forma fulgurante, Aparício ganha o apelido de “o garanhão algarvio”, tendo derrotado diversos adversários e conseguido 2 KO no 3.º assalto. No entanto, quando chegou ao último combate, o combate do título, em Janeiro de 1977, Aparício foi abordado por Papa-Cús para que perdesse – o mundo das apostas é lixado.
Aparício recusou-se e Papa-Cús vingou-se. Usando a sua influência, conseguiu que Aparício fosse para a tropa – de onde, inicialmente, se tinha livrado por comer uma dose astronómica de sal no dia da inspecção, parecendo que tinha a tensão muito alta, ou muito baixa, nunca sei bem isso.
Estávamos em 1978, na tropa, Aparício fez amizade com um tipo chamado Rui Manuel. Rui Manuel tinha uma fixação com o cabelo e com a música. Ao contrário de todos os outros soldados, Rui Manuel tinha o cabelo maior e, para grande desespero do Sargento Reis, odiava o mundo militar.
Separados pela vida, unidos pela revolta, Aparício aproxima-se de Rui Manuel. Ambos tinham aquele espírito inquebrável e irreverente. Nenhum queria estar ali, nenhum gostava de armas, de fardas e de cabelos rapados. Cada um com a sua paixão – o Aparício adorava boxe e o Rui Manuel era vidrado na música – tornaram-se os maiores amigos.
Numa das ocasiões, em que à socapa subiram para uma laranjeira que havia nas traseiras do quartel, Aparício começa a cantarolar uma música…
Fui à inspecção ao quartel da infantaria
Estava no edital da junta de freguesia
Depois de inspeccionado deram-me uma guia
Com carimbo chapado dizendo que servia.”

A letra surgira enquanto tomava banho e já andava com ela na cabeça há uns dias.
Cativado por Aparício, Rui Manuel começa a rir e a cantar junto de Aparício. Ambos riram e roearam uma laranja, enquanto olhavam o mundo azul à sua frente e pensando que aquele momento ficariam para sempre.
O tempo passou e, quando saíram da tropa, em 1981, à porta do quartel, quando se preparavam para ir cada um para seu lado, Aparício, sabendo do amor que o amigo tinha pela música, olhou para o Rui Manuel e disse: “Rui Manuel, olha, devias fazer uma música sobre isto, sobre o que aqui passámos. Devias escrever uma música sobre o facto de não quereres ir à máquina zero, sobre as agruras da tropa! Que achas?
Anos mais tarde, Rui Manuel alcançou um enorme sucesso com uma música inspirada nesta e tornou-se um dos maiores músicos de sua geração. Hoje em dia, continua a ter, em todos os concertos, um lugar, na primeira fila, marcado para o Aparício.
Aparício seguiu com a sua vida. Tentou voltar ao mundo do boxe, desta feita em Lisboa. Mas a vida é dura e Aparício foi obrigado a ir por caminhos difíceis.
Sem dinheiro, sem amigos, sem conhecimentos, Aparício entra no mundo da devassidão, da libertinagem, da meretrícia.
Arrastando o “sim-senhor” por Monsanto, Aparício sofre. Durante semanas não conseguia clientes, não ganhava um cêntimo. Vivia do que comia do lixo, do que os restaurantes deitavam fora – costumava dizer para si próprio: «as traseiras dos restaurantes são a minha cantina, a chuva o meu chuveiro e os estranhos a minha companhia». Foi um período dramático.
Certo dia, estava Aparício Silvestre a percorrer as solitárias estradas de Monsanto, quando uma tipa bonitona, rica e com um grande carro, pára e pergunta:
- Trabalhas aqui?
- Depende do que interpreta por trabalho – responde Aparício muito secamente.
- És um menino da vida?
Pouco orgulhoso da resposta que ia dar, Aparício responde entre dentes:
- Sou.
- Preciso de alguém como tu. Quanto custa uma noite contigo?
- 175 escudos.
- Combinado. Hoje vais ser o rei da noite.
E, para além de todos os seus sonhos, Aparício viveu uma noite sem igual. Antes de começar a emoção libertinosa e de ascensão social, Eduarda Luís, a mulher que o abordara na rua, leva-o a comprar novas roupas, oferece-lhe tudo o que o maior costureiro de Lisboa tinha para ofercer.
Aperaltado, com um fato lindo como nunca tinha vestido nenhum, Aparício passa a noite na gala dos CTT como acompanhante da poderosa Eduarda Luís – chefe de contabilidade dos CTT para Lisboa e Vale do Tejo.
Neste período Aparício conhece toda a gente importante da noite lisboeta. Tobias Tornozelo, director do Grupo de Amigos da Floresta Transmontana; Susana Soares, filha de um antigo jardineiro de Marcello Caetano; Rui Pinto, ourives viajante e apaixonado por filatelia; etc.
Este encontro foi o primeiro de muitos e rapidamente, o que começara como um encontro de negócios, passa a esfera empresarial e entra no campo da vida sentimental. Eduarda e Aparício apaixonam-se e a relação com a sua patroa altera-se drasticamente.
1982 foi um ano de grandes mudanças na vida de Aparício.
Mas tudo o que é bom termina.
Num passeio pela Serra da Estrela, Eduarda e Aparício decidem fazer escalada. A vasta altitude, uma rajada de vento desprende a corda de segurança de Eduarda e ela agarra-se a Aparício que, com todas as suas forças agarra a mão dela. Passado um bocado as suas forças começam a escassear e ela pede para ele a largar, ele não larga mas as mãos começam a escorregar e ela cai.
Foi o maior drama da vida de Aparício, a pessoa que ele amava, que estimava, acabara de lhe escapar entre os dedos.
Eduarda caiu, caiu, gritando de desespero. Foram intensos segundos de queda até que tudo chegou a um fim.
Aparício não conseguia acordar daquele surreal pesadelo.
Largada a corda, Aparício aproxima-se de Eduarda.
- Esfolei um joelho por não me agarrares bem! Já viste se estivéssemos mais alto? Vá lá que só foram uns 40 centímetros! Mas que raio de homem és tu? – gritou Eduarda indignada.
Aparício não respondeu mas compreendeu. Estava tudo acabado. Eduarda Luís nunca mais voltaria a confiar no nosso herói.

Dados estatísticos

2006 - 55 textos publicados
2007 - 25 textos publicados
2008 - 76 textos publicados
2009 - 77 textos publicados
2010 - 19 textos publicados
2011 (até 19 de Agosto) - 2 textos publicados.

O pico de actividade verificou-se em 2008/2009. Coincidência, ou não, 2008 e 2009 foram anos muito significativos.
2008 foi o Ano Internacional da Batata.
2009 foi o Ano Internacional do Gorila.


Deixo-vos uma receita sobre batatas que encontrei na Internet:

Q&A

2006
2007
2008
2009
2010
2011
Estes são os anos de existência deste blogue. Passados todos estes anos continua vivo.
Porque continua vivo? Também não sei.
A quem interessa? A ninguém.
Para que é que serve? Para nada.
No universo da internet, onde estão milhões de blogues, de opiniões e de lixo, o que torna o HistóriaMC diferente? Nada. É mais um no montão de lixo que povoa a internet.

Então porquê continuar com ele?
Respondo a esta pergunta, com outra pergunta: "Se uma árvore cair numa floresta, sem nada, nem ninguém para ouvir, será que fez barulho a cair?"

terça-feira, agosto 16, 2011

Entupido

O número de pessoas que quer publicar textos neste blogue é tão grande que entupiu isto e agora não têm aparecido textos novos.
Há para aí 1000 textos em linha de espera. De verdade.