quarta-feira, março 28, 2012

Cabelos brancos

"Ter cabelo da cor da neve,
às vezes não é da idade"

Fuuu! Que alívio!

Fado de Alfredo Marceneiro
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terça-feira, março 06, 2012

O céu está nublado e com muita luz

Ao preparar-me para mais um desafio profissional, vejo-me "obrigada" a tentar recordar o que em tempos foram pontos dos programa das cadeiras na faculdade.

Mergulho então em papéis cheios de letras e recordações. Dou de caras com um "retrato de família" da pós-graduação, onde estão as fotografias de todos como se fosse a primeira página do livro de ponto da nossa turma. (pergunto-me se na era dos Computadores Magalhães ainda há livros de ponto)

Folheio mais um pouco e encontro panfletos de uma empresa que não chegou a existir, mas que prometia bons momentos culturais no Algarve.

Mais à frente encontro um texto de "Museologia Comunitária", um discurso proferido por um professor que infelizmente já não está entre nós...

Sinto-me estranha ao rever isto tudo. Olho para as datas e sinto alguma nostalgia. Aquela que eu senti na semana passada ao entrar na BN e que me fez mandar uma msg ao nosso colega algarvio. Passávamos tanto tempo a olhar para folhas, apontamentos, livros e estantes, que os dias pareciam quase sempre longos e iguais. Acompanhávamos o crescimento da relva e ervas daninhas, porque víamos as rosas a abrir e a murchar e porque estavam lá quase sempre as mesmas pessoas, a ocupar os mesmos lugares.

E era tão bom ter as mesas junto à varanda! Se chegássemos cedo ainda apanhávamos os nossos lugares preferidos. Caso estivesse cheia, os piores lugares (para mim), eram os que estavam junto à sala de fotocópias e wc, porque era um lugar de passagem e ouviam-se os ténis a chiar e os sapatos de senhora "cloc cloc". Já para não mencionar o autoclismo.

E quando os nossos olhos trocavam a ordem das letras e das palavras lá iamos até à varanda apanhar ar, juntamente com as pessoas que corriam para lá a falar ao telemóvel, ou as que iam fumar. Quando a fome apertava sempre podiamos ir até ao café, mas a vontade de voltar às palavras era pouca. Principalmente em dias parecidos com o de hoje...

Hoje parece um dia daqueles...nublado e cheio de folhas de papel com muitas palavras.