quarta-feira, maio 16, 2012

Oportunidades de futuro ou o "admirável mundo novo" do pensar antes de falar

É só ligar a TV, a rádio ou a Internet que há um assunto que não deixa de aparecer: a CRISE.


Procurando ajudar todos os desempregados, o nosso Primeiro-Ministro, o Sr. Dr. Passos Coelho, disse que o desemprego é «oportunidade para mudar de vida».
De facto, se até aos 40 anos a minha única actividade tivesse sido "brincar aos partidos", estar desempregado seria, claro, uma oportunidade para mudar de vida - que melhor mudança do que passar a "brincar aos governos"!






Da mesma forma que Passos Coelho tenta fazer o melhor por este país (com ideias como esta da "oportunidade") e como acredito que o PM seja uma pessoa séria e honesta (*) deixo-lhe alguns conselhos para que, no futuro, possa fazer um trabalho ainda melhor!

1) Pense antes de falar;
2) Pense mais uma vez antes de falar;
3) Ande de transportes públicos;
4) Leia jornais (não só os cabeçalhos ou as notícias em que falam de si);
5) Dê uma volta por Portugal (vá num carro eléctrico e evite as autoestradas - os combustíveis estão caros e alguém se lembrou a cobrar portagens em todas as estradas com duas ou mais faixas no mesmo sentido);
6) Conheça alguns portugueses;
7) Pense antes de falar;
8) Lembre-se como era quando não tinha emprego;
                8.1) Agora pense que não tinha ninguém para lhe dar dinheiro e alimentar os seus vícios;
9) Visite um Centro de Emprego - visite mesmo, não vá lá só por parecer bonito;
10) Pense um pouco antes de abrir a boca;
11) Vá a um hospital público - visite mesmo, não vá lá por parecer bonito;
12) Um dia, esperemos que não muito longe, arranje um trabalho a sério (coisas dos partidos não contam e empregos como os do anexo 1 também não - ninguém tem como primeira experiência profissional coisas como "Administrador" ou "Director");
13) Antes de dizer qualquer coisa, pense;
14) Tente adivinhar quanto dinheiro tem no banco um desses desempregados que deveriam fazer da sua situação actual uma oportunidade (lembre-se que nem todos temos amigos ou familiares ricos e que, normalmente, é preciso dinheiro para iniciar uma "oportunidade");
15) Mais vale ficar calado e deixar as pessoas pensarem que somos parvos, do que falar e confirmar isso mesmo;
16) Sempre que vai abrir a boca, pense: "será que uma pessoa desempregada ou com uma reforma de miséria diria isto"?
17) Pense (a sério, é giro);
18) Estar calado deve ser encarado como uma boa oportunidade para pensar;
19) Por fim, não seja piegas quando as pessoas que não concordam consigo se manifestarem.


(*) Algumas partes deste texto são irónicas.

Não quero parecer mal agradecido: sei que há muita gente em situações dramáticas, que não me devia queixar muito pois, felizmente, tenho um emprego bastante estável - mas gostava de abordar este assunto que tem sido muito falado nos últimos dias e que ninguém deve esquecer - esta ideia da "oportunidade" noutro contexto, noutra altura, seria aceitável. Hoje em dia só demonstra que andar com a cabeça ao sol faz mal.


Anexo 1

(2007-2009) Presidente da HLC Tejo,SA;
(2007-2009) Administrador Executivo da Fomentinvest;
(2007-2009) Administrador Não Executivo da Ecoambiente,SA;
(2005-2009) Presidente da Ribtejo, SA;
(2005-2007) Administrador Não Executivo da Tecnidata SGPS;
(2005-2007) Administrador Não Executivo da Adtech, SA;
(2004-2006) Director Financeiro da Fomentinvest,SGPS,SA;
(2004-2009) Administrador Delegado da Tejo Ambiente, SA;
(2004-2006) Administrador Financeiro da HLC Tejo,SA.

quinta-feira, maio 10, 2012

Post em Russo

Estive a ver os últimos comentários que o blogue tem e este senhor anónimo, escreveu isto por mais de uma vez!

Посреди понятий, которые грешно перевести чтобы иностранные языки, [url=http://nayemsya.ru/]кулинарные названия [/url]встречаются наверное чаще всего. Начинать будто, скажите, перевести воеже равный стиль шотландский "хаггис" разве русский "пряник". Дозволено, конечно, назвать пряник "мягкой разновидностью печенья", а хаггис "бараньим рубцом с начинкой", только это довольно совмещать такое же повеление [url=http://nayemsya.ru/]напитки[/url] к истине, как если жажда мы назвали елку "пальмой с колючими листьями".
"Расстегай" — это только единовременно то кулинарное изречение, которое относится к непереводимым. Дозволено обнаруживать, какой расстегай это рыбный пирог с открытым верхом. Отчасти это порядком верное определение. Только именно отчасти. Причинность расстегай — это не очень пирог и не окончательно рыбный.
Самостоятельно получилось, сколько славный блюда, которые безотлагательно стали национальной гордостью, изначально возникли не чрез хорошей жизни. И кавказский хаш, и греческий пацац, и итальянская пицца — полностью они имели одно и то же первоначальное [url=http://nayemsya.ru/]напитки[/url] проблема — вергать в событие "остатки" пищи, которую уже запирательство было пользоваться обычным способом, и которую жалко было выбрасывать.
Расстегай возник чистоплотный путешествие извлекать кусок через разделки осетровой рыбы. Осетры относятся к хрящевым рыбам, они не имеют костяного скелета. Возвышенность взамен позвоночника удерживается мощной сухожильной струной, которая называется "вязига". Эту самую вязигу близ разделке рыбы отделяют через мяса, впрочем сживать её — грех. Это полно дорогой пищевой рукоделие, содержащий много микроэлементов и аминокислот. И обладающий свойством, которое очень ценилось в давние времена. Будучи высушенной, вязига ввек долго хранится и её можно транспортировать воеже большие расстояния, туда, значительно саму рыбу доставить невозможно.
Одна неудача, учить её сложно. Кипятить её принужден долго, а это чревато потерей вкуса. Следовательно стали запекать её в печке в тесте со специями. А дабы печной огонь лучше добирался прежде начинки, чтобы верхней части тестяного шара оставляли громоздкий разрез. Получалось [url=http://nayemsya.ru/]рецепты[/url] пища с исключительно голод "расстегнутой" верхней частью. Отсюда и пошло имя — "расстегай".
[url=http://nayemsya.ru/]Кулинарные рецепты[/url] простой здорово.



Recorrendo à grande capacidade tradutora do Google, percebemos que o que o senhor russo (?) queria dizer era:

No meio de conceitos que são um pecado para tradução em língua estrangeira, [url =] http://nayemsya.ru/~~HEAD=NNS títulos culinários [/ url] há, provavelmente, com mais freqüência. Comece se, digamos, igual a traduzir estilo voezhe escocesa "haggis" É "pau". Russo Permitido, é claro, chamou a cenoura "uma espécie de bolinho mole", e haggis "cordeiro recheado com cicatriz", mas é bem o mesmo comando para combinar o [url = http://nayemsya.ru/] bebida [/ url] a verdade, como se desejo que chamamos de árvore "palmeira com folhas espinhosas.""Pie" - é só uma vez uma frase de culinária, que se refere o intraduzível. Permitido para descobrir o que é torta de torta de peixe com uma parte superior aberta. Esta é a definição parcialmente verdadeira do procedimento. Só essa parte. Torta de causalidade - não é um bolo e finalmente os peixes.Independentemente veio como uma boa refeição, que imediatamente se tornou um orgulho nacional, originalmente não surgiu por meio da boa vida. E a branca hash, e patsats gregos, ea pizza italiana - tudo o que tinham a mesma inicial [url = http://nayemsya.ru/] bebida [/ url] problema - rejeita, em caso de "restos" de comida, que é a negação Foi utilizado da maneira usual, e que era uma pena jogar.Pie apareceu viagem puro para recuperar um pedaço de cortar o peixe esturjão. Esturjão pertencem ao peixe cartilaginoso, eles não têm um esqueleto óssea. Monte em vez da coluna é mantida cadeia tendão forte, que é chamado de "vyaziga." Isto é muito próximo ao vyazigu cortando a carne de peixe separa, no entanto szhivat-lo - o pecado. Ela está cheia de artesanato de alimentos caros, contendo muitos elementos de traço e aminoácidos. E ter a propriedade que é valorizado em tempos antigos. Ser seco, vyaziga vvek longo armazenado e pode ser transportado voezhe longas distâncias, há muito peixe em si não pode entregar.Uma falha é difícil ensiná-la. Forçado a ferver durante um longo período de tempo, mas é cheio com a perda de sabor. Assim começou sua cozer no forno em um teste com especiarias. Um forno de fogo, a fim de obter uma melhor antes do enchimento para o topo da bola de massa deixou o corte pesado. Acontece [url = http://nayemsya.ru/~~HEAD=NNS] receitas [/ url] alimentos que são extremamente faminto "descompactado" na parte superior. Daí o nome - "Pie".[Url = http://nayemsya.ru/] Receitas [/ url] planície legal.


Surpreendidos? Quando fiz a tradução e dei com a palavra "cenoura" - a primeira palavra que li - pensei que isto ia por um caminho totalmente diferente.

Ideia fortes a retirar do texto do nosso amigo:


voezhe escocesa "haggis" É "pau".

Agora a grande dúvida é:

 Qual a marca da vodka que este homem bebeu antes de escrever isto?

quarta-feira, março 28, 2012

Cabelos brancos

"Ter cabelo da cor da neve,
às vezes não é da idade"

Fuuu! Que alívio!

Fado de Alfredo Marceneiro
Link

terça-feira, março 06, 2012

O céu está nublado e com muita luz

Ao preparar-me para mais um desafio profissional, vejo-me "obrigada" a tentar recordar o que em tempos foram pontos dos programa das cadeiras na faculdade.

Mergulho então em papéis cheios de letras e recordações. Dou de caras com um "retrato de família" da pós-graduação, onde estão as fotografias de todos como se fosse a primeira página do livro de ponto da nossa turma. (pergunto-me se na era dos Computadores Magalhães ainda há livros de ponto)

Folheio mais um pouco e encontro panfletos de uma empresa que não chegou a existir, mas que prometia bons momentos culturais no Algarve.

Mais à frente encontro um texto de "Museologia Comunitária", um discurso proferido por um professor que infelizmente já não está entre nós...

Sinto-me estranha ao rever isto tudo. Olho para as datas e sinto alguma nostalgia. Aquela que eu senti na semana passada ao entrar na BN e que me fez mandar uma msg ao nosso colega algarvio. Passávamos tanto tempo a olhar para folhas, apontamentos, livros e estantes, que os dias pareciam quase sempre longos e iguais. Acompanhávamos o crescimento da relva e ervas daninhas, porque víamos as rosas a abrir e a murchar e porque estavam lá quase sempre as mesmas pessoas, a ocupar os mesmos lugares.

E era tão bom ter as mesas junto à varanda! Se chegássemos cedo ainda apanhávamos os nossos lugares preferidos. Caso estivesse cheia, os piores lugares (para mim), eram os que estavam junto à sala de fotocópias e wc, porque era um lugar de passagem e ouviam-se os ténis a chiar e os sapatos de senhora "cloc cloc". Já para não mencionar o autoclismo.

E quando os nossos olhos trocavam a ordem das letras e das palavras lá iamos até à varanda apanhar ar, juntamente com as pessoas que corriam para lá a falar ao telemóvel, ou as que iam fumar. Quando a fome apertava sempre podiamos ir até ao café, mas a vontade de voltar às palavras era pouca. Principalmente em dias parecidos com o de hoje...

Hoje parece um dia daqueles...nublado e cheio de folhas de papel com muitas palavras.

quarta-feira, outubro 12, 2011

Receita de D. Rodrigos

Ingredientes:
1 tigela de fios de ovos
1 tigela de doce de ovos com amêndoa de Freixo de Espada à Cinta
açúcar para polvilhar


Preparação:
Com as mãos humedecidas, separe pequenas porções de fios de ovos. Ajeite-os, formando rolos com uma cavidade. Aí, deite uma colher de doce de ovos com amêndoa de Freixo de Espada à Cinta. Puxe os fios de ovos, tapando o doce.
Repita esta operação até os dois ingredientes acabarem. Deite numa frigideira de ferro 1 colher de calda dos fios de ovos. Aqueça bem e disponha os docinhos lá dentro.
Cozinhe em lume brando até alourarem bem, virando-os com cuidado para dourarem por igual.
Deixe arrefecer, ajeite os doces e polvilhe-os com açúcar misturado com canela. Envolva-os em papel vegetal e depois em papel prateado colorido, fechar.

(receita retirada da internet)

Explicação do provérbio

"Nas costas dos outras vemos as nossas"

disse eu no post anterior, então é assim:
imaginemos a seguinte situação, estamos com um amigo/familiar/conhecido que está sempre a dizer mal do amigo dele: "ai o Horácio é cá um preguiçoso..." no dia seguinte volta a falar de outra pessoa e diz "tenho uma amiga que é mesmo parva, então não é que...", no terceiro dia, diz-te mal de outra pessoa qualquer, etc.

Conclusão: se essa pessoa diz mal de tanta gente e tudo está mal para ela, então deve fazer o mesmo nas nossas costas, ou seja, vai ter com o Horácio e diz: "fogo o não sei quantos é chato porque...". Se fala mal dos outros também fala mal de nós.

terça-feira, outubro 11, 2011

Provérbio do dia

"Nas costas dos outros vemos as nossas"

quarta-feira, outubro 05, 2011

Grande jantar de turma

Era uma vez...uma turma de História Moderna e Contemporânea que nasceu no ano de 2004.
Uns abandonaram o curso, outros deixaram cadeiras para trás, chumbaram, tiveram outras prioridades, erasmus que voltaram para os seus países, pessoas que entraram na turma...

Conclusão: somos muitos!

Sugiro então combinarmos um jantar de turma para o final do mês, que dizem? Hum?

Ainda não há um dia escolhido, nem local. Mas decerto será em Lisboa, algures num sitio central, com transportes e que agrade toda a gente. Caso tenham sugestões, digam alguma coisa.

Talvez para a próxima semana já tenha alguma novidade, e quando for escolhido o dia, horas e sitio, será comunicado via email, facebook e claro neste blog.

Momento de filosofia

"Penso, logo existo"

"Não tenho facebook, logo não existo"

A grande desilusão

Podia estar a contar-vos uma ou outra coisa que me deixou triste, com aquele sentimento de desilusão, de derrota e que nos deixa de ombros caídos e relaxados...

Não vou falar de "asinhices" de sentimentos, nem de coisas de mulher, vou falar do Monstro do Loch Ness.

Então foi assim, estava a passar pela cozinha e reparei no Jornal do Metro, folheei à procura de uma notícia qualquer interessante, porque só leio "as gordas". Ao que vejo:

"Existência do famoso monstro de Loch Ness confirmada"

Eu pensei: "não pode ser!". Li um texto a falar de Universidades, expedições, instrumentos de navegação...
Não é que acreditasse na sua existência, mas sempre achei uma coisa engraçada, como é que com tanto desenvolvimento tecnológico, ainda havia pessoas que acreditavam num monstro solitário sem forma de procriar e que vivesse tanto tempo. Então não sei explicar bem porquê, sempre tive curiosidade acerca deste monstrinho.

Ora, rasguei a página que me interessava e deitei o resto do jornal fora. Com um sorriso nos lábios fiquei a pensar: "afinal existe!".

Passadas umas horas, falo com a minha mãe sobre o assunto ao que ela responde: "viste bem o jornal? É que metade do jornal eram notícias inventadas e corresponderiam a 4 de Outubro de 2031".

Cai que nem um patinho!

Pfffffff...

sexta-feira, agosto 19, 2011

Histórias verídicas: Aparício Silvestre (Parte I)

1976. Algarve. Barlavento.
Aparício Silvestre vivia em Budéns, filho de Luís e Lucinda, donos de um negócio semi-legal de produção de sandes de moreia frita.
Como todas crianças da sua idade, Aparício cresceu a amar o boxe. Todos sabem que em 1976 não existiam clubes de boxe em Budéns, portanto tudo o que restava a Aparício era continuar o negócio da família.
Foi aos 18 anos que decidiu mudar, agitar as coisas e dar aquele passo em frente, o passo que sempre sonhara dar. Longas foram as noites a fritar moreias e a sonhar com grandes combates…

«Lou Farelos contra Roberto Martinhos. Vitória de Lou Farelos com knock-out no sétimo assalto com um gancho nas covas dos sorrisos de Roberto Martinhos»

Aparício ainda se lembrava de ouvir esse grande combate na rádio. Fora uma coisa fenomenal!
Agora, no calor das noites abafadas de Fevereiro – em 1976, antes de se falar do «efeito estufa» as estações do ano já estavam todas baralhadas e o segundo mês do ano era um mês com temperaturas a rondar os 23º C de dia, 11º C de noite. Céu pouco nublado no período da manhã com previsão de aguaceiros para as regiões do norte no período da tarde.

Ora, sendo um amante apaixonado do boxe, Aparício decide mudar-se para uma cidade grande – onde os sonhos se podem tornar realidade, onde a vida se agita com o cair do sol e nascer das estrelas.
Em busca de um sonho, Aparício, muda-se para Beja.
Não conhecendo ninguém na capital do Baixo Alentejo e sem um escudo no bolso, o nosso amigo rapidamente começou a ter de trabalhar para Alberto Costa ou Papa-Cús, como era conhecido. Papa-Cús andava metido no negócio do contrabando e da extorsão. Tabaco, colchas de renda, Coca-Cola, álcool, tudo era contrabandeado por Alberto «Papa-Cús» Costa. Ora, quando as pessoas de Beja não pagavam o “imposto”, o serviço, a “protecção” do Papa-Cús, Aparício surgia. Basicamente, Aparício era o jagunço do Papa-Cús.
Ainda durante o ano de 1976, Aparício, paralelamente ao trabalho que o sustentava, começa a participar no Torneio de Boxe da Associação Cultural e Recreativa da Zona Sul (TBACRZS) – isto depois de começar os seus treinos no Ginásio Cruz de Galinha, treinado por Mister Labunga – que em 1962 participou num grande combate na região de Lourenço Marques e que, naquela altura, ainda gozava da sua fama.
Começando o TBACRZS de forma fulgurante, Aparício ganha o apelido de “o garanhão algarvio”, tendo derrotado diversos adversários e conseguido 2 KO no 3.º assalto. No entanto, quando chegou ao último combate, o combate do título, em Janeiro de 1977, Aparício foi abordado por Papa-Cús para que perdesse – o mundo das apostas é lixado.
Aparício recusou-se e Papa-Cús vingou-se. Usando a sua influência, conseguiu que Aparício fosse para a tropa – de onde, inicialmente, se tinha livrado por comer uma dose astronómica de sal no dia da inspecção, parecendo que tinha a tensão muito alta, ou muito baixa, nunca sei bem isso.
Estávamos em 1978, na tropa, Aparício fez amizade com um tipo chamado Rui Manuel. Rui Manuel tinha uma fixação com o cabelo e com a música. Ao contrário de todos os outros soldados, Rui Manuel tinha o cabelo maior e, para grande desespero do Sargento Reis, odiava o mundo militar.
Separados pela vida, unidos pela revolta, Aparício aproxima-se de Rui Manuel. Ambos tinham aquele espírito inquebrável e irreverente. Nenhum queria estar ali, nenhum gostava de armas, de fardas e de cabelos rapados. Cada um com a sua paixão – o Aparício adorava boxe e o Rui Manuel era vidrado na música – tornaram-se os maiores amigos.
Numa das ocasiões, em que à socapa subiram para uma laranjeira que havia nas traseiras do quartel, Aparício começa a cantarolar uma música…
Fui à inspecção ao quartel da infantaria
Estava no edital da junta de freguesia
Depois de inspeccionado deram-me uma guia
Com carimbo chapado dizendo que servia.”

A letra surgira enquanto tomava banho e já andava com ela na cabeça há uns dias.
Cativado por Aparício, Rui Manuel começa a rir e a cantar junto de Aparício. Ambos riram e roearam uma laranja, enquanto olhavam o mundo azul à sua frente e pensando que aquele momento ficariam para sempre.
O tempo passou e, quando saíram da tropa, em 1981, à porta do quartel, quando se preparavam para ir cada um para seu lado, Aparício, sabendo do amor que o amigo tinha pela música, olhou para o Rui Manuel e disse: “Rui Manuel, olha, devias fazer uma música sobre isto, sobre o que aqui passámos. Devias escrever uma música sobre o facto de não quereres ir à máquina zero, sobre as agruras da tropa! Que achas?
Anos mais tarde, Rui Manuel alcançou um enorme sucesso com uma música inspirada nesta e tornou-se um dos maiores músicos de sua geração. Hoje em dia, continua a ter, em todos os concertos, um lugar, na primeira fila, marcado para o Aparício.
Aparício seguiu com a sua vida. Tentou voltar ao mundo do boxe, desta feita em Lisboa. Mas a vida é dura e Aparício foi obrigado a ir por caminhos difíceis.
Sem dinheiro, sem amigos, sem conhecimentos, Aparício entra no mundo da devassidão, da libertinagem, da meretrícia.
Arrastando o “sim-senhor” por Monsanto, Aparício sofre. Durante semanas não conseguia clientes, não ganhava um cêntimo. Vivia do que comia do lixo, do que os restaurantes deitavam fora – costumava dizer para si próprio: «as traseiras dos restaurantes são a minha cantina, a chuva o meu chuveiro e os estranhos a minha companhia». Foi um período dramático.
Certo dia, estava Aparício Silvestre a percorrer as solitárias estradas de Monsanto, quando uma tipa bonitona, rica e com um grande carro, pára e pergunta:
- Trabalhas aqui?
- Depende do que interpreta por trabalho – responde Aparício muito secamente.
- És um menino da vida?
Pouco orgulhoso da resposta que ia dar, Aparício responde entre dentes:
- Sou.
- Preciso de alguém como tu. Quanto custa uma noite contigo?
- 175 escudos.
- Combinado. Hoje vais ser o rei da noite.
E, para além de todos os seus sonhos, Aparício viveu uma noite sem igual. Antes de começar a emoção libertinosa e de ascensão social, Eduarda Luís, a mulher que o abordara na rua, leva-o a comprar novas roupas, oferece-lhe tudo o que o maior costureiro de Lisboa tinha para ofercer.
Aperaltado, com um fato lindo como nunca tinha vestido nenhum, Aparício passa a noite na gala dos CTT como acompanhante da poderosa Eduarda Luís – chefe de contabilidade dos CTT para Lisboa e Vale do Tejo.
Neste período Aparício conhece toda a gente importante da noite lisboeta. Tobias Tornozelo, director do Grupo de Amigos da Floresta Transmontana; Susana Soares, filha de um antigo jardineiro de Marcello Caetano; Rui Pinto, ourives viajante e apaixonado por filatelia; etc.
Este encontro foi o primeiro de muitos e rapidamente, o que começara como um encontro de negócios, passa a esfera empresarial e entra no campo da vida sentimental. Eduarda e Aparício apaixonam-se e a relação com a sua patroa altera-se drasticamente.
1982 foi um ano de grandes mudanças na vida de Aparício.
Mas tudo o que é bom termina.
Num passeio pela Serra da Estrela, Eduarda e Aparício decidem fazer escalada. A vasta altitude, uma rajada de vento desprende a corda de segurança de Eduarda e ela agarra-se a Aparício que, com todas as suas forças agarra a mão dela. Passado um bocado as suas forças começam a escassear e ela pede para ele a largar, ele não larga mas as mãos começam a escorregar e ela cai.
Foi o maior drama da vida de Aparício, a pessoa que ele amava, que estimava, acabara de lhe escapar entre os dedos.
Eduarda caiu, caiu, gritando de desespero. Foram intensos segundos de queda até que tudo chegou a um fim.
Aparício não conseguia acordar daquele surreal pesadelo.
Largada a corda, Aparício aproxima-se de Eduarda.
- Esfolei um joelho por não me agarrares bem! Já viste se estivéssemos mais alto? Vá lá que só foram uns 40 centímetros! Mas que raio de homem és tu? – gritou Eduarda indignada.
Aparício não respondeu mas compreendeu. Estava tudo acabado. Eduarda Luís nunca mais voltaria a confiar no nosso herói.

Dados estatísticos

2006 - 55 textos publicados
2007 - 25 textos publicados
2008 - 76 textos publicados
2009 - 77 textos publicados
2010 - 19 textos publicados
2011 (até 19 de Agosto) - 2 textos publicados.

O pico de actividade verificou-se em 2008/2009. Coincidência, ou não, 2008 e 2009 foram anos muito significativos.
2008 foi o Ano Internacional da Batata.
2009 foi o Ano Internacional do Gorila.


Deixo-vos uma receita sobre batatas que encontrei na Internet:

Q&A

2006
2007
2008
2009
2010
2011
Estes são os anos de existência deste blogue. Passados todos estes anos continua vivo.
Porque continua vivo? Também não sei.
A quem interessa? A ninguém.
Para que é que serve? Para nada.
No universo da internet, onde estão milhões de blogues, de opiniões e de lixo, o que torna o HistóriaMC diferente? Nada. É mais um no montão de lixo que povoa a internet.

Então porquê continuar com ele?
Respondo a esta pergunta, com outra pergunta: "Se uma árvore cair numa floresta, sem nada, nem ninguém para ouvir, será que fez barulho a cair?"

terça-feira, agosto 16, 2011

Entupido

O número de pessoas que quer publicar textos neste blogue é tão grande que entupiu isto e agora não têm aparecido textos novos.
Há para aí 1000 textos em linha de espera. De verdade.

terça-feira, novembro 23, 2010

Ilusão

A vida.

Feita de desilusões.

Desilusões podem ser coisas boas. Aliás, 99,99641% das vezes são.


Uma pessoa que vive na ilusão do que pode ser e que nunca chega a ser, nunca irá cumprir nada. Portanto, uma desilusão, enquanto processo de destruição de falsas ilusões, é algo altamente recomendável.

A raridade com que uma ilusão se torna real é tamanha que as pessoas que conseguem cumprir essa meta são chamadas - muito pomposamente - de ilusionistas.

Significado disto? 0,00359% das pessoas são ilusionistas.

Ainda acha que o mundo é um lugar mágico?

Nota:
Quer isto dizer que os ilusionistas não são boas pessoas?

segunda-feira, novembro 22, 2010

Turn, turn, turn

Quando tinha uns 16 ou 17 anos tive um professor que disse que as pessoas deveriam ser um reflexo visual daquilo que lhes "vai na alma", do estado de espírito, da mensagem que, enquanto seres conscientes, querem passar. A nossa forma de vestir, segundo ele, deve, de acordo com as nossas possibilidades, reflectir muito mais do que desejo de nos taparmos. Posto isto disse ele: "Por isso, nunca me visto de azul - azul é a cor da felicidade irresponsável, da felicidade inconsciente."

No Domingo, depois de uns 12 anos sem o ver, reencontrei-o na rua. Ia todo de azul.

quinta-feira, novembro 04, 2010

20 coisas que coiso.

Eu moro no Algarve, mais especificamente em Lagos. Ora, lembrei-me a enumerar um conjunto de factos que você que lê esta porcaria pode, ou não, saber. Olhe que pode ser útil. Quando estiver no Algarve pode lembrar-se disto.


1) A cidade de Lagoa é a mais esquisita do mundo. A invenção das marcações na estrada (traços contínuos, descontínuos, passadeiras, etc.) ainda não chegou a Lagoa. Andar de carro lá é ao calhas.

2) Os semáforos das Portelas - com detectores de velocidade - não funcionam. Estão sempre vermelhos ou a cair para o vermelho - mesmo que você esteja parado.

3) Assadura à Monchique, um prato típico (lá está) de Monchique, faz mau hálito.

4) É proibido ir aos hipermercados em tronco nu. Pode ir de cuecas ou em pelota, mas não pode ir sem t-shirt.

5) Em Vila Real de Santo António têm um sotaque diferente.

6) No Verão há muitas ruas que cheiram a xixi.

7) No Verão, pela manhã, é habitual encontrarmos muita coisa com vómito.

8) Uma vez um estrangeiro bêbado deu-me 2 contos para o levar da Igreja de S. Sebastião até ao Parque de Campismo da Trindade (isto em Lagos).

9) Nunca ninguém atende o telefone no consultório do Dr. Albano Tomé (Portimão). Aquilo toca mas nunca ninguém quer saber.

10) Na praia, a maioria dos homens faz topless. Eu já reparei nisso.

11) A Via do Infante (A22) é uma bela nojeira entre Albufeira e Espanha.

12) Aos sábados há crianças a jogar à bola em frente à CM Olhão e até usam a porta da Câmara como baliza.

13) A Adega Vilalisa, na Mexilhoeira Grande, tem fama mas só faz comida que encontramos no dia-a-dia.

14) Uma vez vi um italiano a saltar de uma ponte para um rio cheio gasolina dos barcos. Quando saiu de lá era espanhol.

15) Em qualquer altura do ano, 37,6% das pessoas que estão no Algarve são espanholas.

16) A FATACIL é igual todos os anos.

17) O Rio Arade (Silves a Portimão) cheira um bocado mal.

18) Uma vez fui à Barragem da Bravura e um cão começou a ladrar a atrás de mim. Fugi. Não fui bravo.

19) Em Lagos, construíram uma esquadra da Polícia mesmo em frente do local onde se faz aquela feira onde costuma haver coisas pirata (DVDs, CDs, roupas da Lacosta, Naike, Abibas, Reboque, Pumba, Ombro, Sara, Pierse Cardin, Kalvin Clein, Rei Ban, Guchi, Doce e Cabana, Betennon, Jorge Armando, etc.).

20) Vila Real de Santo António parece a baixa pombalina. Toda feita a direito.

sábado, outubro 30, 2010

Investigações linguísticas

Mais uma grande evolução no campo da linguística e da história da humanidade.
Investigações recentes, lideradas por gente capaz, descobriu que quando os russos tentam falar castelhano falam português. Resumindo, os russos são incapazes de falar castelhano.
Os investigadores, todos muito conceituados e cheios de prémios, referiram que ainda não se sabe se os russos podem falar catalão.
Um dos conceituados investigadores disse:
«Os russos são incapazes de falar castelhano. Nós, os investigadores, todos muito conceituados e cheios de prémios, ainda não sabemos se os russos conseguem falar catalão.»

A incapacidade dos russos em falar castelhano deriva da impossibilidade dos nascidos na Rússia em dizer os ditongos "ie" e "io", base de toda a língua de nuestros hermanos. Ao não dizerem o "ie" e o "io", acabam, claro, a falar português.

Exemplos claros e objectivos que é para quem está a ler esta notícia não começar a estar feito burro:

Espanhol                                  Português
Tierra                                         Terra
Quiente                                      Quente
Espanhiol                                    Espanhol
Costelieta                                   Costeleta
etc.

Aí está!

sexta-feira, outubro 29, 2010

Comércio e trocas comerciais

A economia está tão má, tão má que actualmente assistimos a uma inversão da economia. Tempos houve em que a principal forma de actividade económica baseava-se na troca de bens e/ou serviços por outros bens e/ou serviços. Com a evolução dos mercados, com a globalização e com o crescente consumismo, o dinheiro passou a fazer girar o mundo.
Actualmente estamos, lentamente, a voltar a essas épocas em que se trocavam bens e/ou serviços... vejam o exemplo que vem da Ásia e tentem compreender que por vezes a solução para a falta de capacidade financeira de algumas instituições poderia ser resolvida, facilmente, com as trocas que os asiáticos começam a fazer.
Deixo a notícia para que todos possam ler e, em baixo, outra notícia que alerta para a possibilidade de novas trocas.

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1.ª Notícia

Coreias do Sul e do Norte trocam tiros na fronteira
SEUL — Soldados das duas Coreias trocaram tiros nesta sexta-feira na fronteira que divide a península, fazendo crescer a tensão entre as duas nações a poucos dias da cúpula do G20 em Seul que reunirá vários líderes mundiais.
Militares da Coreia do Norte abriram fogo em direção à Coreia do Sul, disparando dois tiros contra um posto militar próximo a fronteira que separa os dois países, no fim da tarde (06H26, horário de Brasília), informou um porta-voz do Estado Maior do exército.
Os soldados sul-coreanos imediatamente responderam com três tiros, acrescentou. Não há feridos do lado da Coreia do Sul. Seul destacou uma quebra do acordo de paz em vigor entre as duas nações desde a Guerra da Coreia (1950-1953).
O incidente ocorreu perto da zona desmilitarizada entre os dois países, em Hwacheon, cerca de 90 km ao nordeste de Seul.
As trocas de tiros ocorrem de maneira ocasional na fronteira que separa as duas partes da península coreana. Mas desta vez, os disparos acontecem em um momento delicado para a Coreia do Sul, que se apronta para receber em seu território vários chefes de Estado para a cúpula do G20, nos dias 10 e 11 de novembro, evento internacional mais importante no país desde os Jogos Olímpicos de 1988.
O exército havia informado pela manhã que tinha "acionado o nível de alerta de segurança máxima" até o dia 13 de novembro.
A força militar sul-coreana, com auxílio de material de reconhecimento americano, monitora estritamente os movimentos das tropas norte-coreanas.
Sobre os tiros, "não pudemos confirmar se os militares norte-coreanos visavam algo em particular", informou um dirigente militar.
O Estado Maior sul-coreano informou que as forças armadas estavam prontas para uma mobilização rápida, se necessário. Uma equipe das Nações Unidas, encarregada de assegurar o acordo de paz, virá para investigar.
Seul ainda precisou que uma reunião das famílias separadas pela Guerra da Coreia, prevista para o sábado, estava confirmada. Os encontros devem acontecer entre os dias 30 de outubro e 5 de novembro no Monte Kumgang, um ponto turístico na Coreia do Norte.
Após dois anos de interrupção, o programa humanitário de reconciliação foi retomado há um ano. Mas foi novamente interrompido depois que uma Corveta sul-coreana ter sido atingida por um torpedo em março, ataque atribuído por uma investigação internacional a Pyongyang, que nega.
Desde o ataque que matou 46 marinheiros sul-coreanos, as relações entre as duas Coreas ficaram tensas, mesmo depois de vários sinais de apaziguamento observados no final de agosto.
Algumas horas antes da troca de tiros na fronteira, Pyongyang havia prevenido que as relações entre os dois países poderiam sofrer consequências "catastróficas" se Seul continuasse a rejeitar as negociações militares com a finalidade de acalmar as tensões.
Essas negociações também foram abaladas em setembro, quando Seul exigiu um pedido de desculpas da Coreia do Norte pelo ataque do torpedo à Corveta. Pyongyang se recusou.
A proposta da Coreia do Norte em retomar os debates, no fim de outubro, foi, por sua vez, rejeitada por Seul.
A recusa do diálogo "significa precisamente a confrontação e a guerra", destacou nesta sexta-feira pela manhã o Exército norte-coreano, acrescentando que não estaria mais interessado "pelo diálogo e contato".
Copyright © 2010 AFP. Todos os direitos reservados.


2.ª Notícia

Pyongyang pede auxílio em arroz e fertilizantes

A Coreia do Norte pediu ontem à Coreia do Sul um auxílio em arroz e fertilizante em troca de concessões no programa de reunião de famílias, separadas na Guerra da Coreia, segundo foi ontem noticiado.
De acordo com a imprensa sul-coreana, que citou um responsável sul-coreano, Pyongyang pediu 500 mil toneladas de arroz e 300 mil de fertilizantes em troca de concessões no programa de reunião de famílias.
O pedido foi formulado no segundo dia de negociações sobre o reinício dos encontros entre famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53) que dividiu a península em dois países.

http://www.jornaldamadeira.pt/not2008.php?Seccao=5&id=165941&sup=0&sdata=, 30 de Outubro de 2010.

domingo, outubro 24, 2010

Entrevista com... Charles Darwin

Hoje volto a conseguir uma grande entrevista.
Depois do Infante D. Henrique e de outras personalidades que não me lembro agora, volto a apresentar uma nova entrevista.
Quem é, quem é?
Charles Darwin!
Como consegui esta entrevista?
- Encontrei-o no barbeiro. Foi assim.

Frederico (F) - É uma honra entrevistar uma das maiores personalidades cientificas dos últimos 300 anos.
Charles Darwin (CD) - É?

F - É.
CD - Ok.

F - Hum... Então olha lá, onde aprendeu a falar português?
CD - Na escola. Tive português a partir do 9.º ano.

F - Bom, vamos ao que interessa, coisas sérias, matérias nas quais o senhor é especialista.
CD - Ok. Por acaso trouxe os meus repetidos.

F - Repetidos?
CD - Então não vamos falar da colecção de cromos da Liga Zon Sagres? Você disse que era um tema no qual sou especialista!

F - Não, homem! Vamos falar da sua teoria, da sua viagem a bordo do Beagle!
CD - Ah, essa merda de conversa outra vez... ok, pronto, vá lá...

F - Quando entrou a bordo do Beagle já tinha desenvolvido alguns conceitos sobre a Teoria da Evolução das Espécies?
CD - Já.

F - O que o fez iniciar estudos nessa área?
CD - Começou quando estava na faculdade e, depois de beber um copo de leite quente, sem querer, bolsei para cima do Francisco Smith, colega da frente. Ora, zangado, disse-me que eu era macaco, eu disse-lhe que macaco era ele e o pai dele. E ele disse que era eu, o meu pai e o meu avô. E eu, num incrível "gesto" de génio, disse-lhe: "tu nasceste macaco peludo, o teu pai nasceu ainda mais peludo, o teu avô ainda mais peludo e a tua família toda é macaca peluda, cada um pior que o outro até o teu primeiro ascendente que era o rei dos macacos! E o pai dele era um verme! Um verme de merda!"
Foi assim! Depois pronto...

F - Enfrentou muitas dificuldades, muitas resistências por parte da Igreja e da sociedade, não foi?
CD - Sim, eles não aceitam sodomia...

F - Eh pá, você é muito parvo. Acabou a entrevista.