segunda-feira, setembro 28, 2009

Eleições 1908 Lisboa

A propósito desta onda de eleições (que faz com que eu não trabalhe dois Domingos =D ) lembrei-me de um boletim de voto presente numa das exposições que monitorizei. Na minha opinião era o ponto alto das visitas guiadas que eu fiz, as pessoas achavam imensa piada. Era isso e saberem que já em 1908 havia problemas no Casal Ventoso e que o partido republicano fez melhoramentos naquele sitio.
Na época o boletim poderia ser a própria pessoa a fazer, um papel branco qualquer desde que não tivesse nenhum carimbo ou qualquer outra coisa que identificasse o eleitor. Caso estivessem num dia de preguiça, já que era feriado (1 de Novembro 1908) poderiam pedir um boletim já preenchido com os nomes e os quadradinhos.
Ora o boletim da exposição era especial, não estava identificado e tinha os nomes e respectivos quadradinhos...mas dpeois a lápis tinha esta frase que fazia as delicias dos visitantes:

"não voto em patifes d'estes"

provavelmente na altura devia ser uma asneira mas já viram a classe de dizer patife? Não era uma palavra qualquer, era "patife"... imagino nos dias de hoje as tias de cascais a dizer "ai o patife do Nini tem um casaco igual ao do meu filho Asti! Ai córror! Já viu?"

Os tempos mudam...

quinta-feira, setembro 17, 2009

Múseu da Música Portuguesa - Cascais

Durante as minhas "férias" visitei um museu que desconhecia: Museu da Música Portuguesa em Cascais.
Este ano também já visitei o Museu da Música situado na estação de Metro do Alto dos Moinhos. Achei a colecção do Museu da Música Portuguesa mais interessante. Achei o espaço lindíssimo, um palacete com um claustro e igreja. Apesar de ter apenas um andar dedicado há música tem algumas salas em que não utilizamos apenas um dos 5 sentidos, mas dois. Sendo este museu criado por Michell Giacometti e Fernando Lopes Graça, tendo o primeiro realizado uma recolha de música intensiva por várias localidades de Portugal, somos brindados por head phones e músicas populares algarvias e transmontanas. Depois vê-se aqueles instrumentos de sopro e outros muito particulares, artesanais e com cores desgastadas mas que têm uma história garrida.
O museu da Música em Lisboa penso que tem uma colecção mais extensa, mas falta a ligação com a música, devia ter o nome de Museu dos Instrumentos Musicais, tem ao contrário do outro algumas pinturas onde se podem ver anjos tocando instrumentos. Para pena minha tem um enorme quadro de Malhoa "escondido" numa parede sem iluminação a 3 metros de altura não estando no nosso raio de visão à primeira vista, passando despercebido a muitos.
Tenho apenas duas coisas a dizer do Museu de Cascais: faltam algumas legendas nos instrumentos, e tendo eu visitado o museu com uma pessoa ligada à música foi-me chamado a atenção o suporte dos instrumentos de corda, que conforme estavam expostos poderiam danificar a sua forma.

Se tiver que escolher entre os dois museus ... sem dúvida que a colecção de Michell Giacometti seria a minha escolha.

Post de 13 de Setembro trancado

Informo os visitantes e membros deste blog que o tópico sobre arroz doce foi trancado, não podendo ser comentado. Tomei esta medida pelos comentários serem apenas dirigidos a mim (desconsiderando-me) e não à temática do post.

Continuemos o rumo deste blog que nasceu em 2006... e faz História!

Monsanto: A aldeia mais portuguesa de Portugal

Dia 5 de Setembro lá fui eu mais o meu Téminho para Idanha-a-Nova.
Eram apenas dois dias de férias, mas esperava goza-los bem, até porque não conhecia minimamente esta vila. Até pensei ver nos arredores mais verdinho, desilusão minha porque passei lá um calor tórrido e sombras quase nem vê-las.
Assim, no sábado passeei por Idanha a Nova e conheci a fábrica da bebida portuguesa mais famosa do século XX, é isso mesmo, vi a fábrica dos Pirulitos 8actualmente restaurante Helana)!


Fui até ao castelo onde encontrei uma espécie de pelourinho, lindíssimo, foi mesmo " a cereja no topo do bolo" como dizia muitas vezes o prof. de Antropologia. Se repararem na fotografia do castelo podem ver uma espécie de coluna com a cruz. Então de um lado da coluna tinha escrito:

Fundação
Restauração
Ascensão

do outro e pela mesma ordem:

1140
1640
1940

Genial!

No Domingo rumámos a algumas aldeias dos arredores: Alcafozes, Idanha-a-Velha e Monsanto.

A primeira aldeia pouco tinha para ver, passeámos de carro e fomos ver um monumento dedicado a uma santinha padroeira da aviação: Nossa Senhora do Loreto.
Idanha-a-Velha era muito bonita, mesmo ao meu género: cheia de canteirozinhos, vasos e flores de todas as cores. Apesar do senhor Calor, percorremos todos os pontos de interesse: a torre dos Templários, igrejas, pelourinho, ruínas romanas, forno comunitário...O primeiro monumento foi difícil de encontrar, apesar de estarmos sempre a vê-lo íamos dar sempre a ruas sem saída :P Ah! outra coisa que faltou ver foi o lagar, que fechou na hora de almoço, fica para uma próxima visita.
E estava a chegar mesmo o FIM de semana, mas não desanimávamos por isso. Estava ansiosa por conhecer "a aldeia mais portuguesa de Portugal", concurso realizado em 1938 pelo Secretariado de Propaganda Nacional. O meu namorado só dizia: "isto é só pedras! são todas iguais!", mas acho que era o calor que estava a fazê-lo desistir da caminhada que fizémos pela parte mais velha da aldeia. Até estava um pouco incomodada com a transpiração, a sede que tinha, o calor...mas já que estávamos ali não podíamos deixar de ver tudo, e assim fizemos. Andámos pelas ruelas de Monsanto, vimos as casinhas de pedra, os canteirozinhos, tudo tão singular e estratégica mas ingenuamente colocado.


A beleza de Monsanto encantou-me, não fossem os poucos carros estacionados poderia dizer que tinha recuado no tempo, por ver as velhotas sentadas nas escadas a fazerem bonecas de trapo. Havia lá muitos turistas e muita agitação, afinal era a festa da aldeia e como não perdemos uma oportunidade de dançar fomos até ao largo da festa, esperámos pela música e ainda ouvimos mas não foi no palco, apenas uma iniciativa de uns senhores, soube bem à mesma mas não dancei.
Eram quase 18horas e até já tínhamos provado o arroz doce e as papas de carolo, sobremesas típicas da região, eram horas de regressar a casa. Fomos para o carro e ao som da rádio Monsanto, que nos fez companhia ao longo de alguns quilómetros, íamos ouvindo música portuguesa dos anos 60.
A viagem fez-se bem num fim de semana, apesar de eu puxar mais para o lado cultural e paisagístico. É uma zona do país com bastante interesse geológico mas não explorei essa vertente, o tempo era escasso e esse típo de coisas são vistas em caminhadas de poucos quilómetros. Penso que Penha Garcia será o local ideal para ver fosseis, pedras disto e daquilo.
Aconselho este passeio mas talvez na Primavera, época em que as flores estão bonitas e viçosas e o calor não aperta tanto.
Para mim uma boa escolha António Ferro ;) continua a aldeia mais portuguesa de Portugal

domingo, setembro 13, 2009

Festa do arroz doce em Paúl (Torres Vedras)

Sou louca por arroz doce e tive conhecimento de uma Festa/Feira..não sei.
Decidi ir lá, meia contrariada por ser realizada em Torres Vedras, uma das piores terras de Portugal a seguir a Setúbal (com certeza que digo isto com o maior apoio por parte do Fred).
Assim lá fui ao dito evento. Que desilusão!
Primeiro informações contraditórias, um organizador disse que pagava-se cada taça de arroz doce, depois de comermos podíamos ou levar as taças para casa, ou devolve-las e ai seria-nos entregue o custo da taça de barro.
Ali estava eu naquele espaço minúsculo a olhar para um recinto de tourada a ser montado, mas com muita pouca segurança. Este foi um dos muitos aspectos que me desiludiu, não gosto de touradas, enfim...
Quando ia provar a primeira taça, aparece-me um vendedor e como costumo dizer: "vendedor de meia tigela", realmente era o que parecia! Um miúdo com uns 9 anos encarregue das barraquinhas, acompanhado por outro da mesma idade, e uma jovem com 14 anos (+/-), na palheta um adulto, que posteriormente chamamos para esclarecer a situação, visto que não me parecia que um miúdo conseguisse responder ás questões e me pudesse fazer trocos, será que ele sabe o valor das moedas?
Então cada taça era a 1,50€, caríssima! Um autentico negócio de taças de barro, já que custava mais a taça que propriamente o arroz doce, que nunca leva ingredientes especiais (leite, açúcar, arroz.
Visto que era um concurso faria sentido provarmos muitos, mas pagando as taças aquele preço, ficaria um "festa de arroz doce " muito cara.
Faria (aii esta palavra persegue-me) mais sentido pagar um valor de entrada e comer arroz doce até cair para o lado. Pagar 1 taça e mandar-mos enche-la nas barraquinhas que quiséssemos que não eram muitas (apenas 10, e só havia arroz doce normal e arroz doce de chocolate).
Sai rapidamente da festa e rumei ao Convento de Mafra (que por azar estava fechado).
Estou aqui portanto com o objectivo de reclamar e difamar a dita "festa do arroz doce" que me soube a "arroz amargo".