Eram apenas dois dias de férias, mas esperava goza-los bem, até porque não conhecia minimamente esta vila. Até pensei ver nos arredores mais verdinho, desilusão minha porque passei lá um calor tórrido e sombras quase nem vê-las.
Assim, no sábado passeei por Idanha a Nova e conheci a fábrica da bebida portuguesa mais famosa do século XX, é isso mesmo, vi a fábrica dos Pirulitos 8actualmente restaurante Helana)!
Fui até ao castelo onde encontrei uma espécie de pelourinho, lindíssimo, foi mesmo " a cereja no topo do bolo" como dizia muitas vezes o prof. de Antropologia. Se repararem na fotografia do castelo podem ver uma espécie de coluna com a cruz. Então de um lado da coluna tinha escrito:
Fundação
Restauração
Ascensão
Restauração
Ascensão
do outro e pela mesma ordem:
1140
1640
1940
1640
1940
Genial!
No Domingo rumámos a algumas aldeias dos arredores: Alcafozes, Idanha-a-Velha e Monsanto.
A primeira aldeia pouco tinha para ver, passeámos de carro e fomos ver um monumento dedicado a uma santinha padroeira da aviação: Nossa Senhora do Loreto.
Idanha-a-Velha era muito bonita, mesmo ao meu género: cheia de canteirozinhos, vasos e flores de todas as cores. Apesar do senhor Calor, percorremos todos os pontos de interesse: a torre dos Templários, igrejas, pelourinho, ruínas romanas, forno comunitário...O primeiro monumento foi difícil de encontrar, apesar de estarmos sempre a vê-lo íamos dar sempre a ruas sem saída :P Ah! outra coisa que faltou ver foi o lagar, que fechou na hora de almoço, fica para uma próxima visita.
E estava a chegar mesmo o FIM de semana, mas não desanimávamos por isso. Estava ansiosa por conhecer "a aldeia mais portuguesa de Portugal", concurso realizado em 1938 pelo Secretariado de Propaganda Nacional. O meu namorado só dizia: "isto é só pedras! são todas iguais!", mas acho que era o calor que estava a fazê-lo desistir da caminhada que fizémos pela parte mais velha da aldeia. Até estava um pouco incomodada com a transpiração, a sede que tinha, o calor...mas já que estávamos ali não podíamos deixar de ver tudo, e assim fizemos. Andámos pelas ruelas de Monsanto, vimos as casinhas de pedra, os canteirozinhos, tudo tão singular e estratégica mas ingenuamente colocado.
A beleza de Monsanto encantou-me, não fossem os poucos carros estacionados poderia dizer que tinha recuado no tempo, por ver as velhotas sentadas nas escadas a fazerem bonecas de trapo. Havia lá muitos turistas e muita agitação, afinal era a festa da aldeia e como não perdemos uma oportunidade de dançar fomos até ao largo da festa, esperámos pela música e ainda ouvimos mas não foi no palco, apenas uma iniciativa de uns senhores, soube bem à mesma mas não dancei.
Eram quase 18horas e até já tínhamos provado o arroz doce e as papas de carolo, sobremesas típicas da região, eram horas de regressar a casa. Fomos para o carro e ao som da rádio Monsanto, que nos fez companhia ao longo de alguns quilómetros, íamos ouvindo música portuguesa dos anos 60.
A viagem fez-se bem num fim de semana, apesar de eu puxar mais para o lado cultural e paisagístico. É uma zona do país com bastante interesse geológico mas não explorei essa vertente, o tempo era escasso e esse típo de coisas são vistas em caminhadas de poucos quilómetros. Penso que Penha Garcia será o local ideal para ver fosseis, pedras disto e daquilo.
Aconselho este passeio mas talvez na Primavera, época em que as flores estão bonitas e viçosas e o calor não aperta tanto.
Para mim uma boa escolha António Ferro ;) continua a aldeia mais portuguesa de Portugal
4 comentários:
Antes de tudo: salazarista. És uma salazarista. E porquê? Porque esse concurso da Aldeia mais portuguesa de Portugal foi promovido pelo E. Novo e aquilo ainda levou uns arranjos. Toda a gente sabe que Alte é a aldeia mais portuguesa... bem, se calhar nem toda a gente. Pronto, depois de implicar contigo, resta-me saudar o teu post. Gostei muito e como nunca irei até Idanha-a-Nova ou Idanha-a-Velha, fiquei algo saciado... é assim que faço quando não penso em visitar alguns lugares: bebo a experiência dos outros. Já sei que se fosse ia encontrar poucas sombras.
Já agora... o que é que disseram nos comentários do 13 de Setembro? Insultaram?
Porque não escreves sobre Alte? Já agora é "Alte" ou "Alto"? :p É que o teu sotaque algarvio pode revelar-se na escrita, nomeadamente na palavra toupeira, não é senhor TOPÊRA? É que isso de ser da 2ª terra das amendoeiras tem destas coisas.
Escolhemos Idanha-a-Nova para férias porque queriamos alternativa a praias, e parecia-nos sossegado (e era realmente). Fiquei alojada na Pousada da Juventude, que recomendo, muito asseadinha, bonita e com um excelente atendimento.
Quanto ao dia 13..conversaremos por email ;)
beiGInho
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