terça-feira, fevereiro 21, 2006

100 anos de Solidão, Gabriel Garcia Marquéz.


Achei engraçado falar deste livro aqui no blog, pois acho que tem tudo a ver com História. Para quem não leu, o livro fala de tudo um pouco e ai é que está a sua magia. Basicamente, ao longo das páginas do livro, somos levados a Macondo pela família Buendia. Ao longo de toda a obra conhecemos as peripécias e superstições da dita família, sendo um excelente exercício de compreensão da cultura sul-americana.

É interessantíssimo verificarmos a evolução cultural e social de Macondo e os hábitos da família Buendia. Somos levados um autêntico mundo de magia e de objectos que para sempre nos ficaram na memória – nunca esquecerei o penico de ouro de Fernanda, o rabo de porco dos filhos dos primos ou o Buendia que foi criado para ser Papa. Ao mesmo tempo quem estudou as revoluções liberais de 1830 na Europa verá uma perspectiva de outras revoluções liberais, as revoluções liberais sul-americanas mas neste caso sob a perspectiva de Garcia Marquez. De facto este livro é, na minha opinião, quase todo baseado na História: temos semelhanças com a Revolução industrial (episodio da Companhia bananeira), introdução dos caminhos de ferro e claro a já falada revolução liberal entre muitos outros pontos que com certeza descobrimos sempre que pensamos ou relemos este ou aquele capitulo do livro.

Cada página que passa tem que ser lida com atenção não para não nos perdermos nos nomes dos Buendias ou nas suas invenções. Arcádio, José, Aureliano, Remédios, Úrsula, e muitos, muitos outros nomes a que junta às invenções de José Arcádio Buendia, os peixinhos de Aureliano e claro os pergaminhos de Melquíades. Geração após geração somos levados a um final tão surpreendente quanto fantástico.

3 comentários:

genoveva disse...

essa parte das revoluçoes liberais era alguma dica pa nós? k fizemos esse belo trabalho? humm? tivemos 16!!! weeeeeeeee parece interessante o livro**

bilma disse...

Como já te tinha dito estou a ler o dito. Para além das referências históricas, que sem dúvida são interessantes, a magia é para mim o mais estimulante neste livro. Alí tudo pode ser feito como não se está à espera, maravilhas acontecem que nos fazem pensar sobre a forma como o nosso dia-a-dia acontece. Garcia Marquez faz pôr em causa aquilo por que, todos os dias nos esforçamos, obrigando à reflexão sobre o que vale ou não a pena e quais são afinal, as nossa motivações. Outra questão é a dos personagens, no final da vida de cada um, gostemos deles ou não, o autor faz com que seja fácil para nós compreendê-los e tolerar-lhes as fraquezes espituais e carnais.
Por outro lado, a escrita e forma de abordar os acontecimentos da vida dos Boendía, é para mim algo rude, grosseiro.
Espero terminar o livro em breve....com os trabalhos do Monteirio...será difícil.
Leiam...leiam.

Anónimo disse...

Eu não percebo nada das revoluções liberais, mas gostei muito do livro. Às vezes torna-se confuso, principalmente pela repetição de nomes das personagens, José Arcádio Boendia, Aureliano Buendia, Aureliano José, e por aí fora... mas até isso tem graça, porque reforça a ideia de ciclo e de repetição presente em toda a historia, aquela ideia de que todas a personagens estão destinadas a reviver a historia de um dos seus antepassados, como se fosse esse o "rabinho de porco" que a Ursula tanto temia.
E depois de tudo, o fim da história é mesmo muito surpreendente e ao mesmo tempo era o único fim possível para a história.
Está mesmo muito fixe!
Aconselho toda a gente a ler, vão ver que vão gostar! :)