domingo, abril 26, 2009

25 de Abril



Parece que o meu desafio não teve muita adesão, mas aqui estou eu a escrever. Sinceramente hoje não estou muito inspirada mas alguma coisa há-de sair.
Passados 35 anos do aocntecimento, penso que este seria dos feriados nacionais que faria mais sentido para os portugueses. É uma data recente (para nós historiadores) e foi vivido por tanta gente ainda com paciência para ouvir o Manuel Luís Goucha que me faz pensar: que raio porque será que as pessoas insistem a pensar neste dia como um dia em que não se trabalha?
Não vivi o 25 de Abril de 1974.
Os meus pais eram muito novos, o meu pai com 14 anos não se metia em política e isso também não era muito frequente numa aldeia do país que se vê mais Espanha que Portugal. A minha mãe tinha 7 anos e também não viu este acontecimento com olhos de análise política. A recordação que tem é das músicas que os tropas lhe ensinavam como a da gaivota ("uma gaivota voava voava...........uma papoila crescia crescia...."). Já o meu pai tem uma história engraçada. Ia ele plantar batatas com o meu avô e vê um velho lá pela aldeia aos gritos para eles: "Então ó Agostinho donde é que vais?" "vou plantar as batatas!" "plantar batatas!? a guerra já está em Lisboa, o mundo vai acabar e tu vais plantar batatas?". Às vezes até brinco com a situação.
Tirando isto pouco tenho a falar do 25 de Abril. Em miúda nunca festejei. Na escola nem me lembro de sequer dar este acontecimento. E no ISCTE? Falámos? Não tenho grande recordação também...
Há 2 anos atrás, estavamos nós portanto no 3º ano da licenciatura, eu e o Fred e a namorada dele que fazia de Pedro Ferreira, fomos para Av. da Liberdade. Comprei 1 ramo de cravos de propósito para meter um no bolso e sentir o espírito. Iamos fazer umas entrevistas para um trabalho, mas a vergonha era tanta que acabámos por não interrogar ninguém.
Descemos a Avenida...fomos ao lado dos gays....estivemos com os polícias... e de repente vejo alguém a sorir para mim.

Sim Fred, não era para ti, era mesmo para mim.

Um sorriso maroto, como quem diz: "olha olha quem é ela...."
Ali estava ele de pé a fazer rastas na barba. O prof. Arsénio. Um dos pesadelos para muita gente da licenciatura.
Não venham com histórias de que ele gostava de mim e que não implicava comigo. Em 18 perguntas que fez durante numa aula, 11 delas foram para mim! Tudo porque nas primeiras aulas fui de traje, e ele reparou em mim. Uma vez até me chamou ao quadro para apontar umas zonas quaisquer da Alemanha...
Bom...findo o desfile da Avenida, rumámos para um aoutra manifestação "Movimento Não Apaguem a Memória" pela não destruição do edificio da PIDE.
Gostei do dia, principalmente desta última parte, pois era uma manifestação não só de pessoas que viveram o 25 de Abril mas também por pessoas com consciência do valor histórico.
Não me lembro do que fiz o ano passado, mas como estava em aulas provavelmente andava a fazer algum trabalho de grupo, pois lembro-me de num feriado ir para um centro comercial com o Fred e mais outro elemento omnipresente em todos os trabalho de grupo, a Sandres =)
Este ano fiquei em casa, andei nas limpezas.
Ficam aqui alguns registos fotográficos do ano em que estive mais atenta a este dia.

1 comentário:

FJMB disse...

Olha, este ano, no 25 de Abril, desci a rua 25 de Abril, cá em Lagos. Antigamente chamava-se Rua Oliveira Salazar. Ok, desci, mas não foi em manifestação, nem vi foguetes, nem peguei num cravo, nem nada... ainda estou à espera que o dia se torne uma verdadeira manifestação de orgulho pela liberdade, pelo ser português e deixe de ser usado pelos partidos de esquerda como se fosse um dia próprio para celebrar o PCP ou o BE.Como vimos nessa manif! :D