quarta-feira, outubro 22, 2008

Aliteração


Sussurrando segredos, subi na sua sensualidade. Soltando os cinco sentidos, soube saltar e dançar ao som da sua súplica.

Perto de seu pescoço permiti-me pronunciar parcas palavras pausadas. Promessas parvas, preenchidas por pensamentos imperceptíveis, pois palavras parecem pouco para professar pressentimentos e paixões.

Voando vagarosamente, alvoroçou o vento, verbalizando vivamente afectividades que vozes velhas e vazias haviam de ouvir. Revi meus vorazes devaneios, agora verdadeiramente ovacionados por uma voz divertida.

Bailando belo brilho, observou beijos que balançavam por lábios não beijados. Lábios brevemente seus, para sempre seguros e eternamente ternos, perpétuamente perto da sua prometida paixão.


Imagem: "O Beijo" (1907), de Gustav Klimt

4 comentários:

bilma disse...

Adoro Klimt. Talvez seja uns dos meus pintores favoritos. Tive quase para trazer de Viena, o beijo em papel, mas depois achei que não o queria banalizar enfeitando as paredes do meu quarto.
A poesia é tua? É bonita.

genoveva disse...

Muito bonito. Adorei aparte "palavras parecem pouco para professar pressentimentos e paixões", pura verdade.

E os SETE sentidos que não viessem à baila =P

Frederico disse...

Obrigado ;). Sim Vilma, foi eu que escrevi... mas não era para ser um poema, era mais para brincar com os sons das palavras, se calhar se tivesse com outro humor saia disparate. O que mais gosto neste quadro é mesmo da expressão da rapariga. Muito fixe.

Sim Sra. Dona Gisela! Claro que os 7 sentidos têm que tar cá! tão n sabes já? :P iihihih

Ah! Já me esquecia! Vi no hi5 (bem dito) que fazias anos Vilma! Parabéns (atrasados)!

bilma disse...

Obrigada Fred: )