Massacre no Texas

Pensei que era desta que tinha encontrado um bom filme de terror. O Coutinho já mo tinha recomendado: “é mesmo assustador e é baseado numa cena que aconteceu mesmo!”.
Sucede que, há uns dias vi o documentário sobre o tal assassino em quem o realizador do Massacre no Texas se inspirou para fazer a obra de arte, documentário esse que me despertou o interesse. Era um homem, aparentemente normal, que vivia numa aldeia pequena. Ele desenterrava pessoas, do cemitério e levava-as para casa dissecando os corpos mas, também matava pessoas a quem, cuidadosamente retirava a pele da cara para fazer máscaras para si próprio. Um dia a polícia descobre que ele é o assassino e prende-o. A casa dele (onde conservava o quarto da falecida mãe intacto, juntamente com pedaços de pessoas, ou pessoas aos pedaços) transforma-se numa espécie de museu que, misteriosamente arde no dia em que seria suposto ser leiloada.
Ora hoje, o apetite era um filme de terror e farta de alugar filmes que não fazem sentido, recheados de parvoíces e monstros ridículos que metem medo a sabe-se lá quem, decidi alugar um “clássico”. Clássico, que ironia, o filme é a coisa mais banal e ainda por cima é recente (2003, se não me engano). Um grupo de amigos viaja de carro mas nunca chega ao destino porque pára para dar boleia a uma miúda que caminha com os olhos fixos na paisagem, claramente a precisar de ajuda. O filme tem tudo a que um verdadeiro filme de terror tem direito: a gaja sexy da t-shirt branca e sem soutien (que passa por uma cena de chuva), mas atinada, o respectivo namorado. O idiota caixa-de-óculos mais o par que vai lá atrás na marmelada. O monstro, com a serra-eléctrica, a família do anormal (o monstro) que só quer que o menino seja normal, todos eles anormais também (claro!). Escusado será dizer que os amigos vão desaparecendo e sendo mortos um a um. E é mais que obvio que a gaja boa se salva no fim. Ainda há o indício de outro cliché, que é o de voltar tudo ao início. Quase no fim, a rapariga pede boleia e tal e qual como aquela a quem eles acolheram, no inicio do filme, ela tenta avisar o homem sobre o dito monstro da cerra eléctrica, mas ele não lhe dá ouvidos. Como vêem, não tem nada que se pareça com a história original (a não ser a parte das máscaras), não percebo o que raio, “baseado em factos verídicos” quer dizer na capa do filme. Já agora, todos os filmes podiam dizer isso na capa, porque há sempre qualquer coisa, em todos os filmes que já aconteceu no planeta Terra.
Enfim, a palhaçada do costume e duas horas deitadas pela janela fora. Peço desculpa àqueles que não viram o filme e tinham tenções de o fazer. Mas por outro lado salvei-vos duas horas de vida activa e útil. O único filme de terror que eu considero bom, assim que assusta e me deixou a pensar na história, foi o Project Blair Witch e se quiserem considerar o Sexto Sentido como terror também é bom, mas não assusta.
Por isso se alguém conhecer um bom filme de terror que diga.